Nas bombas da BP Marlisa e Madruga, no município da Matola, as vendas fluíam normalmente, embora se aguardasse ainda pela chegada de camiões-cisternas. Os respectivos gestores informaram que contrariamente ao que sucedia nas últimas semanas, a partir de quinta-feira começaram a receber as quantidades iguais às que eram disponibilizadas antes da crise.
Informações similares foram-nos fornecidas nas bombas da Total localizadas na Machava-Trevo e nos diversos cantos da cidade de Maputo. No Trevo, por exemplo, fonte local disse que durante as últimas três semanas recebia apenas seis mil litros por dia, mas a partir de quinta-feira as quantidades fornecidas subiram para 13 mil litros de diesel, o que na sua óptica é muito bom.
Nas bombas situadas junto à FACIM soubemos também do gestor local que nota-se alguma regularidade nos fornecimentos, o que tem vindo a contribuir para a estabilização dos stocks no local.
Coincidência ou não, esta aparente estabilidade do fornecimento de combustíveis líquidos ao mercado acontece dias depois que o Governo decidiu, como medida de excepção, autorizar que os retalhistas que exercem as suas actividades em postos de abastecimento devidamente licenciados podiam adquirir produtos petrolíferos de qualquer distribuidora, independentemente do vínculo contratual que possa existir com outra.
O Governo garantiu que esta medida visa garantir a normalidade na provisão de combustíveis líquidos, pelo que não é passível de penalização ou retaliação. Em despacho, o Ministro de Energia, Salvador Namburete, explicou que a medida seguiu-se à constatação da persistência de situações de rotura de stocks a nível de venda a retalho, mesmo depois de longas negociações e de um acordo alcançado com as distribuidoras, em que o Governo reconhece as perdas e dá garantias de pagamento dos prejuízos que aqueles alegam ter acumulado na sequência da subida dos preços na origem.
Entretanto, os retalhistas consideram ser ainda prematuro para avaliar a eficácia deste despacho, embora reconheçam que logo após a sua publicação a distribuição de combustíveis líquidos registou alguma melhoria.
“É um pouco cedo para avaliar se se trata dum mecanismo eficaz ou não, porque ainda não tivemos necessidade de recorrer a outros operadores para nos abastecer, mas também é preciso ver que esta bomba é do nosso fornecedor e nós alugamos, por isso, não sabemos como é que isso pode ser feito”, disse Manuel Buque, gestor da bomba da BP de Madruga.
As medidas de excepção tomadas pelo Governo são descritas como sendo de salvaguarda do interesse nacional e vão vigorar por tempo indeterminado.