O Governo são-tomense vai implementar durante os próximos quatro anos um projecto de dinamização do ensino secundário denominado "Educação para Todos", financiado pela Cooperação Portuguesa no valor de cerca de 4,7 milhões de euros.
O ministro são-tomense da Educação disse hoje à Lusa que se trata de "um projecto triangular em que o Governo são-tomense é beneficiário", e que o Governo português, através do Instituto português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e do Instituto Português de Valle Flor, "vai fazer a sua execução, trazendo para a educação essa experiência que tem sido o sucesso do programa Saúde para Todos".
O programa Saúde para todos, apoiado pela Cooperação portuguesa, foi iniciado em 2005 e visa melhorar os cuidados primários e preventivos em São Tomée Príncipe, retirando pressão ao saturado hospital central do país, num custo estimado em 800 mil euros por ano.
Segundo disse o ministro da Educação, o projecto Educação para Todos "vai consumir cerca de um 1,3 milhões euros até ao final do ano,
"Nós já tinhamos começado [um projecto] com outro parceiro que é o Banco Mundial e parceiros multilaterais, ao nível de educação básica para todos até 2015, e isso criou alguma pressão ao nível do ensino secundário" explicou Jorge Bom Jesus.
O ministro da Educação considera necessário que essa reforma iniciada no ensino básico seja alargada ao nível do ensino secundário, "daí essa intervenção da Cooperação Portuguesa".
A intervenção vai ser processada "em três eixos essenciais, "ao nível institucional, da organização e gestão das escolas e depois da reabilitação do parque escolar".
O projecto prevê igualmente a qualificação dos professores do ensino secundário e tem o apoio técnico-pedagógico da Escola Superior de Leiria, "que vai acompanhar o projecto, cujo formato é praticamente igual ao do Saúde para Todos", acrescentou o ministro.
"Há uma equipa nacional que vai pilotar o projecto com a colaboração da ONG [Instituto Valle Flor] e dos peritos portugueses que virão periodicamente acompanhar a sua execução", explicou.
Segundo Jorge Bom Jesus, "por uma questão de economia e de racionalização", o Ministério são-tomense da Educação vai fazer "o aproveitamento dos manuais portugueses ao nível do ensino secundário" e adaptará os livros às disciplinas com especificidades do país, como História e Geografia.
LUSA – 17.08.2009