DEZASSEIS pessoas morreram e três são dadas como desaparecidas num naufrágio ocorrido na manhã de ontem, no Posto Administrativo de Meluluca, distrito de Lago, província do Niassa.
De acordo com Carlos Abudo, administrador do Lago, que facultou a informação, o sinistro ocorreu por volta das sete horas da manhã. Vinte e nove pessoas que seguiam a bordo da mesma embarcação conseguiram sobreviver.
Os náufragos faziam-se transportar a bordo de uma pequena embarcação que na altura transportava 48 pessoas com destino ao pequeno povoado de Milongo, idas da aldeia de Mecumdi, onde iam participar numa cerimónia tradicional, vulgarmente conhecida por “Ungagu”, que concentra crianças e adolescentes para a prática de ritos de iniciação.
O marinheiro, a quem se atribuiu comportamento negligente, encontra-se deste ontem a contas com a Polícia da vila municipal de Metangula para averiguações. A nossa fonte disse que embarcação que naufragou tem capacidade para transportar 12 pessoas e na ocasião levava a bordo 48 indivíduos, ou seja, quatro vezes mais a sua capacidade.
O “Notícias” soube do governo distrital do Lago que todos os corpos foram reclamados, estando os funerais marcados para amanhã, numa cerimónia que contará com a presença de representantes do governo local. Por outro lado, decorrem acções de busca visando localizar os corpos das pessoas desaparecidas. Esta missão conta com um trabalho coordenado entre a Marinha de Guerra e a Administração Marítima, corporações posicionadas na vila de Metangula.
Depois do acidente, o governo provincial enviou de imediato ao local da ocorrência uma equipa multissectorial para junto das autoridades governamentais locais colher todos os dados que possam permitir uma ajuda imediata às famílias enlutadas, principalmente no que diz respeito ao apoio em despesas de funeral e alimentação.
A resposta à preocupação dos familiares dos finados foi dada ainda ontem, com a disponibilização pelo governo, do primeiro pacote de apoio, constituído por alimentos e tecidos para cobrir os corpos durante os funerais.
O governador da província, Arnaldo Bimbe, reiterou que uma equipa multissetorial encontra-se no posto administrativo de Meluluco, onde a maioria dos perecidos são originários. Presume-se serem grupos de famílias.