DECORREM em Tete os últimos passos de avaliação do Impacto Ambiental Completo para a viabilização da construção da hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa. O processo está a seguir os passos definidos pela legislação e as directrizes de boas práticas internacionais, visando a minimização de efeitos ambientais e sociais negativos e a maximização de dos ganhos.
Mia Couto, em representação de Consultores de Engenharia e Ambiente que recentemente esteve em Tete para divulgar o documento de Estudo de pré-viabilidade ambiental e definição do Âmbito da barragem hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, disse que os estudos já efectuados em 2002, não identificaram nenhum factor que pudesse pôr em causa a viabilidade ambiental do projecto.
Também segundo Mia Couto, foram identificados impactos positivos como a criação de novos postos de emprego, o que vai de certa maneira melhorar as condições sócio económicas, habitabilidade e infraestruturação.
De acordo com o documento da COBA - Impacto, os aspectos positivos de elevado significado que justifiquem a implantação do empreendimento associados, à produção energética (1500 MW de potência instalada), para consumo interno e maioritariamente para exportação, que terá também tradução e implicações directas e indirectas no desenvolvimento desta região, reflectindo-se claramente numa maior dinâmica sócio-económica, que importa fomentar, face ao relevante desenvolvimento que a província de Tete têm vindo a manifestar , com o crescimento económico evidenciado nos últimos anos.
Por outro lado, segundo o documento, destacam-se como principais impactos negativos associados a este empreendimento, aqueles que resultam da alteração do regime hídrico, da ocupação das áreas de obra e do enchimento da albufeira, implicando alterações nos meios físico, biótico e socio-económico.
Entretanto, prevê-se que a construção da hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa tenha o seu inicio em 2011 e decorra durante 4,5 anos, empregando cerca de 4 mil trabalhadores no período de pico da obra e indirectamente, estima-se que sejam gerados mais de 12 mil novos postos de trabalhos, essencialmente de fornecedores de bens e serviços relacionados com a obra.
A Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa ( HMNK) será construída num regime de concessão, em que a HMNK fica responsável pelo desenvolvimento do estudos e projecto, construção, operação e manutenção da hidroeléctrica durante um período ainda a ser acordado com o governo. O custo total de desenvolvimento de estudos e construção é de cerca de 2 mil milhões de doláres norte americanos. A HMNK assegura parte deste custo e irá negociar o financiamento adicional com potenciais entidades financiadoras.
No país, está a haver um crescimento na procura de energia eléctrica e a curto prazo não será suficiente a energia gerada pela Hidroeléctrica de Cahora-Bassa e em outras centrais menores que operam actualmente e a Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa irá de certa maneira preencher este crescimento das necessidades e atrair novos projectos industriais e vai exportar ainda o que contribuirá para o equilíbrio da balança comercial de Moçambique e para o desenvolvimento dos países da região da Africa Austral.
A barragem de Mphanda Nkuwa será de betão compactado a rolo e terá 90 metros de altura e 700 de comprimento com uma albufeira com 100 Km2, muito mais pequena do que a albufeira de Cahora-Bassa que tem 2700 km2 de área. Mphanda Nkuwa será construída no rio Zambeze, na zona do distrito de Changara no posto Administrativo de Marara a cerca de 70 quilómetros a nordeste da cidade de Tete e 61 quilómetros a sudeste da barragem de Cahora-Bassa no Songo.
- Bernardo Carlos