África do Sul
De acordo com o jornalista sul-africano, Bongani Mthethwa, do semanário
Sunday Times de Joanesburgo, “milhares de propriedades agrícolas outrora
produtivas, principalmente nas províncias do Kwazulu-Natal, Limpopo, Mpumalanga
e Cabo Oriental, encontram-se votadas ao abandono, causando a escassez de
produtos básicos”. Mthethwa salienta que a “África do Sul passou a importar
mais comida do que exporta, e a produção de cereais, frutas e vegetais já não
consegue seguir o ritmo de crescimento populacional registado no país”.
O
presidente sul-africano, Jacob Zuma, anunciou ontem que o seu governo “planeava
introduzir mudanças significativas” no método de redistribuição de terras
assente no princípio de “acordo mútuo entre comprador e vendedor”. Falando na
Província do Limpopo, por ocasião do lançamento do Programa de Desenvolvimento
Rural, Zuma referiu que o seu governo havia “reconhecido que para se avançar de
forma decisiva com o programa de redistribuição de terras, teriam de ser feitas
mudanças significativas”. O presidente sul-africano disse que teriam de ser
“investigadas alternativas menos onerosas de aquisição de terras”, salientando
que “a opinião geral é a de que o modelo de acordo mútuo entre comprador e
vendedor não está a dar resultados”. Em face disso, acrescentou, “iremos
procurar uma fórmula mais pragmática de redistribuição de terras”.
Desde
a subida ao poder do ANC em 1994, o governo sul-africano tem vindo a adquirir
propriedades pertencentes a agricultores comerciais oriundos predominantemente
do sector “branco” da população. Já foram transferidos mais de 3 milhões de
hectares de terras aráveis para o sector “negro” da população da África do Sul
através do modelo de acordo mútuo entre comprador e vendedor. O objectivo do
governo é transferir 25 milhões de hectares até o ano de 2014, apesar dos
resultados até agora obtidos serem pouco animadores, e de entidades com o Banco
da Terra terem alertado não ser possível gerir de forma eficaz as terras até
agora adquiridas, razão pela qual era oportuno reconsiderar essa meta.
De
acordo com o jornalista sul-africano, Bongani Mthethwa, do semanário Sunday
Times de Joanesburgo, “milhares de propriedades agrícolas outrora produtivas,
principalmente nas províncias do Kwazulu-Natal, Limpopo, Mpumalanga e Cabo
Oriental, encontram-se votadas ao abandono, causando a escassez de produtos
básicos”. Mthethwa salienta que a “África do Sul passou a importar mais comida
do que exporta, e a produção de cereais, frutas e vegetais já não consegue
seguir o ritmo de crescimento populacional registado no país”.
O
jornalista refere que “a incerteza em torno do processo de reforma de terras
fez com que um largo número de agricultores comerciais deixasse de investir no
sector agrícola sul-africano, enquanto outros optaram por emigrar para regiões
mais estáveis, como é o caso da indústria de frutas tropicais e de cereais em
Moçambique, e da pecuária no Botswana.” (Redacção / The Times / Sunday Times)
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 18.08.2009