Caso o processo eleitoral não seja adiado
O grupo de partidos 15 partidos extra-parlamentares total e/ou parcialmente excluídos do processo eleitoral, depois de reunir-se, na manhã de ontem, na cidade de Maputo, decidiu avançar para decisões algo radicais face aquilo que chamaram de “decisão política” do Conselho Constitucional (CC) em manter, na íntegra, a deliberação tomada em primeira instância pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Depois da decisão do CC, o grupo pede agora intervenção da comunidade internacional, dos parceiros de cooperação, ao Presidente da República no sentido de buscar outras formas para encontrar consensos nesta polémica eleitoral.
Uma das saídas, segundo os extra - parlamentares passa, necessariamente, por adiar o processo e criar uma Alta Autoridade que vai gerir o processo eleitoral no sentido de torná-lo credível o processo eleitoral que, a manter-se tal como está, deverá ir à votação a 28 de Outubro próximo. Caso não se encontre uma saída que satisfaça as partes, avançam eles, irão iniciar acções que visam apelar os membros e, por consequência, os eleitores em geral no sentido de optarem por ficar nas suas casas no dia da votação. Tais apelos serão acompanhados, segundo ameaçam, com levantes populares.
Constam do grupo de partidos que ontem assinou um documento comum, o PASOMO, o Sol, o PIMO, o PARENA, a União Eleitoral, a UDM, os Ecologistas, entre outros, totalizando 15 formações políticas entre partidos e coligações de partidos.
Para o grupo, as responsabilidades pelas consequências a serem provocadas por estas acções serão, na totalidade, imputadas ao governo moçambicano, órgãos judiciais e de administração eleitoral, pois, segundo este grupo “estamos perante violações graves dos direitos consagrados na Constituição da República. Para nós está claro que realmente o CC, nada mais fez, senão legitimar a deliberação da CNE. Isto é mau para a democracia, pois, ela (a democracia) não se compadece com a intromissão de mãos estranhas nos órgãos gestores dos processos eleitorais” – disse Campira, prometendo, guerra sem quartel contra aquilo que chamou de eleições viciadas e com vencedores já definidos nos gabinetes.
MEDIA FAX - 30.09.2009