O GOVERNO e o Fundo Mundial para a Natureza acabam de lançar uma iniciativa conjunta destinada a minimizar o impacto das queimadas descontroladas no delta do Zambeze, onde a persistência desta prática ameaça as espécies faunísticas aí existentes, além de colocar em risco as oportunidades de desenvolvimento do turismo, melhoramento dos sistemas de agricultura e de exploração dos produtos florestais não madeireiros disponíveis naquela região.
Com vista a operacionalizar a parceria institucional para a gestão dos recursos naturais naquela região Zambeze, representantes da Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental em Sofala da administração distrital de Marromeu reuniram-se recentemente com técnicos do Fundo Mundial para a Natureza, da Liga dos Direitos Humanos e com líderes das comunidades de Chueza, Saloni, Cine, Chiburiburi e Migugune, visando discutir e identificar de mecanismos e soluções imediatas para a mitigação das queimadas descontroladas.
Em jeito de recomendação de base, o Administrador de Marromeu, Tomé José, considera que o fundamental é que cada comunidade esteja atenta, seja vigilante e se empenhe no controlo efectivo desta prática, preocupando-se cada vez mais em estancar o fenómeno, sempre que se deparar com um cenário de queimada descontrolada.
No quadro das propostas de solução do problema, Ndabanga de Musse, da Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental em Sofala, sugeriu aos participantes que adoptassem o uso de bandeiras com cores diferentes para sinalizar a disposição do tempo para as queimadas, tomando como referência a experiência do distrito do Búzi, onde, segundo afirmou, os régulos colocam bandeiras que, em função da sua cor, comunicam às comunidades sobre se o momento é ou não propício para queimadas. Por exemplo, as comunidades daquele distrito sabem que o vermelho significa que não se pode queimar.
A procura de soluções para a situação encontra fundamento no facto de a época de Verão que se aproxima ser aquela em que se registam mais casos de queimadas descontroladas.
Segundo estatísticas do Governo, Moçambique perde anualmente entre 25 a 40 milhões de hectares de terra devido às queimadas que destroem a flora e fauna, arruinando colheitas e acelerando o empobrecimento dos solos.