Mandatos compulsivamente cessados
Sete ex-membros Renamo na Assembleia Municipal da Beira viram os seus mandatos cessados compulsivamente e vão agora recorrer ao Conselho de Ministros.
Foram expulsos a pedido da bancada da Renamo. Houve votação. Resultou que foi conseguida para o efeito maioria absoluta com apoio da Frelimo, PDD, Pimo e GDB. Agora com os seus mandados cessados vão recorrer da decisão ao Conselho de Ministros, ao abrigo da
Os membros afastados da Assembleia Municipal da Beira são: João Cazonda, Nilson Nhacabande, Samuel Mateus, Dulce Carrelo, Ana Romão e Fátima Chimuca e Bores Gada. Foram eleitos nas últimas autárquicas de Novembro de 2008 pela lista da Renamo. Abandonaram o partido e agora foram compulsivamente expulsos da Assembleia.
De acordo com Dulce Carrelo, ex-membro da “perdiz”, tal medida tomada a 13 de Agosto na IV sessão da AM “viola a lei, tendo em vista a satisfação da apetência de perseguição a nossas pessoas e ao Daviz Simango”.
Refira-se que a pedido da bancada da “perdiz”, sob argumento de que os mesmos se filiaram na recém-criada organização política liderada pelo edil da Beira, engenheiro Daviz Simango, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Noé Marimbique, o chefe da bancada da Renamo na Assembleia Municipal, acusou os seus ex-correligionários de terem criado uma bancada clandestina do MDM, escondida no seio da Renamo.
A assembleia da autarquia da Beira dispõe de cinco bancadas, nomeadamente a Frelimo, Renamo, GDB, PDD e PIMO. Em virtude de ter concorrido sem partido nem grupo de cidadãos, o actual edil, Daviz Simango, que também é presidente do recém-criado MDM, não tem suporte de nenhuma delas.
É convicção da Renamo, na pessoa de Noé Marimbique, que “O MDM tem que ir às eleições para criar a sua própria bancada”. Entre os argumentos apresentados para pedido da cassação dos mandatos dos ex-membros do seu partido constam a realização aberta de actividades do MDM e ocupação de pastas na vereação da edilidade, no caso de Dulce Carrelo.
A bancada da Renamo diz que os seus ex-correligionários participaram no Conselho Nacional do MDM, realizado em Maputo, e têm participado em inaugurações de sedes do MDM e mesmo em manifestações dentro da Assembleia Municipal.
A perca de mandato poderá levá-los a deixarem de usufruir de um subsídio de 7 mil meticais mês (1 USD=28,00 MT).
Tudo começou nas eleições autárquicas de 2008 em que a Renamo fez eleger 17 membros na Assembleia Municipal. “A lista da Renamo era composta por esses 17 membros e com eles constituímos a nossa bancada. Todavia, com a criação do MDM, alguns colegas nossos aderiram ao partido de Daviz Simango, e pretendem manter-se na actual Assembleia, o que é sintomático de prostituição política. Por isso, solicitamos a sua perda de mandato para que sigam o seu desejo de filiar-se no MDM”, explicou na AM o chefe da bancada da Renamo, Noé Marimbique.
“Na verdade, aquando da Constituição do MDM eles renunciaram à qualidade de membros da Renamo. Nós estamos a ver que a presença deles na Assembleia já não tem enquadramento porque todos os que estão aqui pertencem a uma lista partidária eleita e a uma bancada de um partido”, argumentou Marimbique.
Depois da apresentação do pedido pelo chefe da bancada da Renamo, os seis membros abrangidos pela decisão foram apresentar os seus argumentos no pódio. Foram unânimes em afirmar que não estão filiados no MDM. Para eles, a renuncia à Renamo tem que ver com a humilhação que se dizem estar a passar no seio do partido de Afonso Dhlakama.
Dulce Carrelo, corroborada por Ana Romão, disse ter discordado de uma orientação que tinha que ver com o apagamento da imagem de Daviz Simango nos bairros. Por se terem oposto a vilipendiar Daviz Simango agora dizem-se sujeitas ao “inferno”. (Adelino Timóteo)
CANALMOZ – 01.09.2009