A estabilidade e segurança e o nível de participação cívica e
respeito pelos direitos humanos distingue os países africanos de língua oficial
portuguesa, principalmente Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em relação aos
seus pares do continente.
É nestes dois indicadores que o “bloco” lusófono obtém a melhor
avaliação por parte de um amplo painel do mundo académico, político e económico
que, com base nas mais recentes estatísticas disponíveis, elabora o “Índice de
Governação Africana
Na lista geral do estudo, também conhecido como o “Índice Ibrahim”
devido ao apoio que foi dado à sua criação (2007) pela Fundação Mo Ibrahim, é
Cabo Verde o país lusófono mais bem colocado: 3º lugar entre 53 países, apenas
atrás das ilhas Maurícias e Seichelles.
Mas também São Tomé e Príncipe consegue um lugar no “top
Para a elaboração do índice são considerados cinco tópicos:
“Estabilidade e Segurança”, “Lei, Transparência e Corrupção”, “Oportunidades
Económicas Sustentáveis”, “Desenvolvimento Humano” e “Participação Cívica e
Direitos Humanos”.
Moçambique surge já na segunda metade da tabela, na 31ª posição, à
frente da Guiné-Bissau (36º) e Angola (46º).
No que diz respeito a Estabilidade e Segurança, Cabo Verde surge
na primeira posição e também São Tomé e Príncipe surge no grupo de países com
pontuação máxima (100).
Moçambique está logo abaixo do “top
São Tomé e Príncipe é batido apenas pelas ilhas Maurícias quanto à
Participação Cívica e Direitos Humanos, ficando Cabo Verde na 4ª posição, a
Guiné-Bissau na 15ª e Moçambique na 25ª.
Também em Lei, Transparência e Corrupção Cabo Verde está em
primeiro lugar, mas neste caso bem mais distante do que os outros países
lusófonos, sendo os melhores Moçambique (32º) e São Tomé e Príncipe (35º).
Angola destaca-se nas Oportunidades Económicas Sustentáveis,
surgindo na 12ª posição, logo à frente São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, e bem
à frente de Moçambique (24ª) e Guiné-Bissau (52º).
Este item é calculado a partir das estatísticas relativas à
criação de riqueza (PIB per capita e crescimento do PIB per capita),
estabilidade macroeconómica e integridade financeira (inflação, défice ou
excedente orçamental em relação ao PIB, solidez das instituições financeiras,
ambiente de negócios) e também as vias de comunicação (estradas,
telecomunicações).
Cabo Verde merece o título de “grande reformador”, atribuído
também às Maurícias, Seichelles e Botsuana, mesmo com a inclusão em 2009 de
países do norte de África geralmente bem cotados, como a Tunísia.
Mas também Angola merece uma palavra de apreço dos responsáveis do
estudo, pela prestação no longo prazo.
“Tendo em conta todos os anos cobertos pelo Índice, desde 2000, e
comparando com o mais recente, o país que teve mais melhorias foi o Burundi,
seguido do Ruanda e Angola. Casa um destes países pós-conflito alcançaram
grandes melhorias em termos de segurança até 2007, apesar dos continuados
desafios”, sublinha. (Redacção/ macauhub)
CANALMOZ – 30.10.2009