A ROSA diz que o incentivo aos biocombustiveis tem sido uma das marcas dominantes do capitalismo que relega para um plano marginal o cultivo de culturas alimentares e tem como corolário o aumento dos preços dos cereais e, consequentemente, da fome e da pobreza. De acordo com aquela organização que congrega camponeses, técnicos agrícolas e ambientalistas, a soberania alimentar é um novo quadro político, uma proposta dos movimentos sociais para direccionar a produção de alimentos e a agricultura para resolver dois problemas centrais, nomeadamente a fome e a pobreza.
É ainda a soberania alimentar o direito dos indivíduos, das comunidades, dos povos e dos países para definir políticas próprias da agricultura, do trabalho, da pesca, do alimento e terra. São políticas públicas ecológicas, sociais, económicas e culturais, adaptadas ao contexto único de cada país, essa é que é a nossa visão para reduzir o défice da crise alimentar, disse Daniel Maula, membro da ROSA, para quem o alcance da soberania alimentar exige dos diferentes actores e instituições nacionais e estrangeiras esforços e mudanças concretas de novas alternativas de desenvolvimento que venham a culminar com o desenho e adopção de novas alternativas de desenvolvimento contrárias ao neoliberalismo advogado pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e certos doadores.
De acordo ainda com a ROSA, as políticas desenhadas por aquelas instituições provocam o empobrecimento e a marginalização cada vez maior dos grupos indefesos como de pequenos agricultores, pescadores tradicionais, comunidades rurais, mulheres, jovens, crianças e pessoas portadoras de deficiência que deviam encontrar respostas na máquina estatal através da providência dos serviços.
As organizações da sociedade civil são parcerias valiosas do Estado. As experiências têm demonstrado que a incorporação de mecanismo de participação da sociedade civil é essencial para a sustentabilidade dos projectos de desenvolvimento no país.
Nas relações entre a sociedade civil e o Governo é indispensável uma interacção e colaboração entre ambas as partes. Essa interacção deve ser observada nos conselhos de políticas públicas, processos orçamentais e nos mecanismos de consulta de projectos.A ROSA advoga estar determinada a promover a soberania alimentar no país.- JOCAS ACHAR