A expedição terá duas fases. A primeira será a terrestre, nos meses de Novembro a Dezembro, e a segunda, marinha, ao sul de Madagáscar, no período de Abril a Junho de 2010.
O programa, lançado sob a égide do Museu Nacional de História Natural francês, da organização não-governamental internacional Pro-Natura e da União Internacional para a Conservação (UICN), pretende revisitar o planeta com meios tecnológicos modernos. “O potencial de descoberta é fenomenal”, considera Philippe Bouchet, professor no Museu Nacional de História Natural francês.
Desta vez os naturalistas vão debruçar-se sobre a “biodiversidade negligenciada” – invertebrados marinhos e terrestres, plantas e cogumelos -, mais do que na grande fauna emblemática. As florestas do Norte de Moçambique e as águas frias do extremo Sul de Madagáscar são “pontos quentes” que apaixonam os naturalistas.
No total, cem participantes de 15 países vão para o terreno, com um orçamento de cerca de dois milhões de euros. “Foram investidas somas colossais para investigar a vida no espaço, quando ainda só conhecemos uma ínfima parte da vida na Terra”, observou Jean-Christophe Vié, da UICN.
“Muitas espécies no mundo arriscam-se a desaparecer antes mesmo de serem descobertas”, diz, preocupado, Bertrand-Pierre Galey, director-geral do Museu Nacional de História Natural.
Segundo os cientistas, existirão entre oito e 30 milhões de espécies para apenas 1,8 milhão conhecidas até hoje. Ao actual ritmo das descobertas seriam necessários entre 500 e mil anos para os cientistas concluírem o inventário. Daqui o interesse em acelerar o passo. Tanto mais que um quarto ou metade de todas as espécies poderão desaparecer até meados ou finais deste século, por causa das actividades humanas.
O compromisso internacional de erradicar a perda de biodiversidade no planeta em 2010 não será atingido, segundo o Museu.