Deste potencial, apenas 2300 é que estão efectivamente a ser explorados, dos quais 2 075 mW pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa, no distrito de Songo, na província de Tete, e os restantes por pequenas unidades, com destaque para as centrais de Chicamba e Mavuze, pertencentes à Electricidade de Moçambique (EDM).
Devido às suas condições favoráveis, Moçambique é visto como sendo parte de solução para o défice de energia eléctrica na região da África Austral, daí que o Governo esteja a desdobrar-se em acções tendentes à atracção de investimento para a materialização de vários projectos neste sector.
São exemplos disso as acções tendentes à construção da barragem hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa e três centrais termoeléctricas a carvão e gás, nas províncias de Tete e Inhambane.
No caso concreto de Mphanda Nkuwa, o fecho financeiro para a sua construção está previsto para o próximo ano. O projecto é avaliado em 1.65 bilião de dólares norte-americanos e tem capacidade para gerar 1500 mW.
A implantação de Mphanda Nkuwa irá seguir um modelo de financiamento designado project finance, o que significa que Moçambique irá beneficiar da infra-estrutura sem endividamento do Estado.
Enquanto isso, as duas centrais termoeléctricas da província de Tete poderão gerar 2000 mW, sendo 1500 mW pela central projectada pela Vale e 500 mW para a de Benga, pela Rivesdale Mining Limited. As duas centrais serão depois interligadas à rede nacional de energia.
A capacidade de geração de energia eléctrica da HCB aumentaria com a construção da Central Norte, cujas estimativas apontam para a produção de mil megawatts.
Por outro lado, Moçambique possui mini-hídricas, cuja capacidade de geração de energia varia entre 10 e 15 megawatts, que podem contribuir para iluminar pequenas comunidades, bem como possui barragens de média dimensão, como a de Massingir.
Com vista a uma exploração efectiva de grande parte do potencial energético existente em Moçambique seriam necessários mais de 20 biliões de dólares norte-americanos.
O ministro da Energia, Salvador Namburete, reconhece que vários aspectos se colocam como obstáculos à transformação dos recursos energéticos e a sua colocação ao benefício dos moçambicanos, sendo que a solução passa pelo aumento da capacidade de aproveitamento do potencial.
Falando aos participantes do seminário sobre “Infra-estruturas em África: o desafio de infra-estruturas em Moçambique”, evento que semana passada juntou, em Maputo, cerca de duas centenas de dignitários oriundos de vários países do continente e não só, Salvador Namburete reiterou que a política do Governo é atrair cada vez mais investimento para o sector de energia.
“A nossa aposta continuará a incidir na intensificação de acções visando o desenvolvimento e aproveitamento racional dos nossos recursos, privilegiando sempre soluções que nos garantam energia limpa, sustentável e amiga do ambiente”, disse o governante.