Na aviação civil: África deve conter magnitude da crise – Presidente Armando Guebuza na abertura da 41ª Assembleia-Geral da AFRAA, que decorre desde ontem em Maputo

O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, disse ontem em Maputo que o continente africano precisa de agir rapidamente para conter e evitar que a crise que se abate sobre o sector de aviação ganhe maior magnitude e se alastre por mais sectores da economia, frustrando ou subtraindo os ganhos já conquistados no desenvolvimento económico-social de África. A combinação de factores negativos, segundo o Chefe do Estado, está a resultar no decréscimo de passageiros, redução das rotas, perda de empregos e declínio da indústria do Turismo.

Maputo, Terça-Feira, 24 de Novembro de 2009:: Notícias

Falando na abertura da 41ª Assembleia-Geral da AFRA–Associação das Companhias Aéreas Africanas (AFRAA), evento que hoje termina, juntando dignitários de quase todas as companhias africanas, Armando Guebuza frisou que na sua história o continente foi aprendendo de crise em crise.

“Aprendemos em cada crise a encontrar uma oportunidade para nos desafiarmos a nós próprios, para olharmos o mundo de forma mais abrangente e procurarm, nesse prisma, a janela que pudesse transformar a crise no ponto de apoio para darmos um salto qualitativo em frente. Por isso, apesar de não gostarmos de crises, não as tememos. Elas  não nos fazem recuar”, disse Armando Guebuza.

O Chefe do Estado indicou que as crises tornam os africanos mais criativos e mais fortes. “As crises não nos fazem desanimar. Forjam, isso sim, a nossa inteligência e estimulam a nossa auto-confiança, auto-estima e confiança”.

Foi neste espírito, segundo Armando Guebuza, que Moçambique desenhou uma estratégia para o sector dos Transportes, que procura ser integrada, buscando, em cada momento, sinergias para o reforço mútuo.

“A nossa visão é que o transporte aéreo deve ser um catalizador do desenvolvimento económico e de encontro de culturas e povos. Para isso temos a consciência que teremos que eliminar as barreiras, de forma responsável, gradual e segura”, disse o Chefe do Estado.

Exortou os representantes das companhias aéreas no sentido de olharem para aquilo que lhes une e capitalizar os pontos comuns, mostrando ao mundo que em tempo de crise a união dá mais força “do que a competição desalmada”.

Para Armando Guebuza, os resultados da Cimeira do Meio Ambiente, a realizar-se próximo mês em Copenhaga, são cruciais para o soerguer das companhias aéreas africanas, daí que tenha encorajado a AFRAA para aproveitar todas as oportunidades para fazer deste encontro um sucesso que vai influenciar a rota que a aviação civil vai tomar.

Nesta reunião, cujo término está previsto para o final da tarde de hoje, serão apresentados, analisados e aprovados os relatórios anuais do secretário-geral e do Comité Executivo da AFRAA, das contas. Serão igualmente nomeados auditores para 2009, e aprovado o orçamento e subscrição da adesão de membros para o próximo ano.

Entretanto, José Viegas, na sua qualidade de presidente da AFRAA e responsável da LAM, anfitriã do evento, referiu que durante a reunião de dois dias os participantes procurarão tirar ilações de sucesso das várias companhias africanas e desenvolver um plano estratégico de desenvolvimento da indústria e contribuir para o reforço da organização.