Na Ilha de Moçambique
O acesso e uso das praias da cidade da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, passará a partir do próximo ano, a ser controlado pelas autoridades municipais que já iniciaram com um programa de recrutamento de indivíduos que serão capacitados para protecção da orla marítima, uma das medidas que se afigura capaz de regredir o problema de fecalismo a céu aberto naquele que é o único património mundial da humanidade, no nosso país.
Alfredo Matata, actual edil da Ilha de Moçambique, disse que para os teimosos, serão tomada medidas administrativas que consistirão no pagamento de multas e em caso de resistência, o Estado será obrigado a usar da sua força para impor a ordem.
“Para além de guardas, outras actividades estão programadas, elas consistem na construção de uma vedação ao longo da margem, reabilitação dos sanitários existentes e já estamos a colocar iluminação, facilidade de abastecimento de agua e estamos convictos que a medida irá funcionar” - disse Matata.
O fecalismo a céu aberto nas praias da Ilha de Moçambique, é um problema secular, de natureza cultural, que também preocupou as autoridades coloniais portuguesas.
Ainda em 1870, os responsáveis da então Repartição de saúde de Moçambique, recomendavam para a necessidade de as praias da Ilha deixarem de ser latrinas, onde toda a gente ia lançar as imundícies de suas casas. Dados disponíveis indicam que já existem mais de três milhões de meticais para construção e reabilitação de infraestruturas, os já referidos sanitários públicos, para idosos desfavorecidos, isso nas suas próprias residências estando neste momento em curso o processo identificação dos elegíveis bem como a construção do muro de protecção da contra-costa.
De referir que o programa conta com suporte financeiro do Estado e seus parceiros e contempla ainda, trabalhos de manutenção do sistema de abastecimento de água potável e de abertura de mais poços para abastecimento de 20 mil pessoas, de um universo de 48 mil habitantes do distrito da Ilha de Moçambique.
WAMPHULA FAX – 17.11.2009
NOTA:
Será que as contas estão bem feitas? Quantas pessoas na Ilha existem que necessitam de sanitários? E as que diariamente vêm de fora? Não se pode comparar o problema de hoje com o de há cem anos. Vão é conseguir com que a Ilha passe a ser toda ela uma pestilência de mau cheiro. A solução, além da educação e meios, é providenciar para a diminuição dos habitantes da Ilha para um número ambientalmente sustentável. Tudo o mais são paliativos e gasto quase inútil de dinheiros.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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