Ambiente político preocupante
A polícia moçambicana está a mobilizar agentes que tenciona enviar para antigas bases da Renamo, depois de antigos guerrilheiros de Afonso Dhlakama terem ameaçado dirigir-se para lá se as eleições de 28 de Outubro não fossem anuladas, noticia hoje o jornal electrónico mediaFax, de Maputo.
Antigos guerrilheiros da Renamo de Dhlakama ameaçaram regressar às bases
As autoridades tencionam verificar o que é que de facto está a acontecer, depois de ex-guerrilheiros e militantes da Renamo terem ameaçado desencadear uma rebelião, por entenderem terem sido fraudulentos os resultados provisórios das presidenciais, legislativas e provinciais da semana passada.
"Vamos garantir que não haja confusão", disse a polícia àquele órgão de comunicação social, perante o ambiente político e social preocupante que se está a verificar em algumas zonas de Moçambique.
"Para analistas, com o registo de cerca de 10 milhões de eleitores e com votação de apenas 4 milhões, está-se cada vez mais a eleger presidentes menos queridos pela população ou presidentes ilegítimos", escreveu o mediaFAX, propriedade da sociedade mediacoop, principal grupo editorial independente que há no país e que foi criado pelo jornalista Carlos Cardoso, entretanto assassinado.
Os números referentes a sensivelmente 90 por cento das assembleias de voto têm apontado para uma abstenção muito próxima dos 60 por cento, dando os votos válidos uma vantagem muito grande ao partido governamental Frelimo e ao seu líder, o Presidente Armando Guebuza, que tende a ficar com 76 por cento, relegando Dhlakama para bem menos de 20 por cento.
O terceiro candidato presidencial, que é o presidente do conselho municipal da Beira e o líder do jovem Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, ronda os nove por cento.
PÚBLICO – 03.11.2009