Os rebeldes hutus, refugiados no leste da RDC desde o genocídio em 1994 contra a minoria tutsi de Ruanda, se agruparam em 2000 nas Forças Democráticas de Libertação de Ruanda.
Os rebeldes hutus ruandeses que operam no leste da República Democrática do Congo (RDC) organizaram uma rede de financiamento e apoio internacional que provocou o fracasso de todas as tentativas de neutralizá-los, afirma um relatório da Organização das Nações Unidas.
Os rebeldes das Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR) receberam, entre outros, o apoio de organizações de caridade espanholas e conseguiram exportar minerais por meio de intermediários, geralmente ugandeses, destaca o informe, enviado no início de novembro ao Conselho de Segurança da ONU, que não publicou o texto.
Os rebeldes hutus, refugiados no leste da RDC desde o genocídio cometido em 1994 contra a minoria tutsi de Ruanda, se agruparam em 2000 nas FDLR, que contam com um número indeterminado de participantes nos massacres.
Os especialistas que elaboraram o relatório, em uma missão de seis meses, afirmam que "as operações militares contra as FDLR fracassaram na tentativa de desmantelar as estruturas políticas e militares da organização, que continua recrutando e voltou a instalar-se em muitas áreas das quais havia sido expulsa". "Os rebeldes continuam recebendo um apoio significativo de oficiais do Exército congolês e estabeleceram alianças estratégicas com outros grupos armados", completa o documento.
O informe destaca que eles utilizaram as redes de apoio religiosas e internacionais para contra-atacar os efeitos das últimas ofensivas.
Os especialistas citam várias personalidades estrangeiras que apóiam regurlarmente as FDLR, entre elas membros da "Fundação S'Olivar" e da "Inshuti", organizações de caridade espanholas que seriam financiadas pelo governo das Ilhas Baleares.
Ao citar o depoimento de um oficial das FDLR, o relatório indica que o presidente da Inshuti, o espanhol Joan Casoliva, fez chegar fundos aos rebeldes. As informações são do jornal Correio Braziliense.
AFRICA21 – 26.11.2009