A Índia admitiu ter trabalhado com a China e outros países para frustrar as pressões do mundo desenvolvido para a aceitação de metas obrigatórias na cimeira de Copenhaga sobre o clima.
O ministro indiano do Ambiente, Jairam Ramesh, disse ao Parlamento em Delhi que todas as preocupações da Índia haviam sido salvaguardadas.
Essas preocupações incluiam a resistência a apelos para reduções globais das emissões de carbono.
Ele disse que um grupo de países - integrando a China, a Índia, a África do Sul e o Brasil - havia emergido como uma força poderosa nas negociações sobre mudanças climáticas.
Na segunda-feira, a China desmentiu alegações britânicas segundo as quais havia sabotado a cimeira de Copenhaga.
Uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros dizia que a China havia trabalhado afincadamente para um acordo sobre a limitação do aquecimento global.
'Grande fracasso'
Entretanto, o ministro sueco do Ambiente, Andreas Carlgren, descreveu a cimeira de Copenhaga como tendo sido um desastre.
À sua chegada a Bruxelas para uma reunião de ministros da União Europeia para discutir os próximos passos em relação às mudanças climáticas, Carlgren disse que Copenhaga fora 'realmente um grande fracasso'.
"A União Europeia - e o resto do mundo - têm de aprender com o que se passou e encontrar alternativas para avançar," disse.
Ele responsabilizou a China e os EUA pelo descalabro ocorrido em Copenhaga.
Por sua parte, o ministro alemão do Ambiente, Norbert Roettgen, descreveu a cimeira sobre mudanças climáticas como tendo sido difícil, penosa e com muito pouco sucesso.
Funcionários da Comissão Europeia disseram que não são esperadas decisões da presente reunião em Bruxelas.
As próximas grandes negociações da União Europeia sobre clima serão realizadas em Janeiro na cidade de Sevilha, quando a Espanha assumir a presidência rotativa da EU.
BBC – 22.12.2009