Uso e aproveitamento de terra
- considera o Governo através do Secretariado Técnico de Administração Alimentar Nutricional
O Secretariado Técnico de Administração Alimentar Nutricional (SETSAN) considera que cerca de 89 por cento das famílias moçambicanas tem acesso à terra no país. Segundo o SETSAN, a forma de aquisição de terra mais frequente é por via de heranças. Cerca de 51 por cento de agregados familiares afirma ter adquirido terra dessa forma.
Nas zonas periurbanas, dez por cento das famílias aí existentes tem acesso à terra por intermédio de empréstimos e ofertas de familiares.
Relatórios provinciais - citados pelo SETSAN - indicam que há uma melhoria substancial na disponibilidade de alimentos em todas as províncias devido a chuvas regulares durante a campanha agrícola finda e à existência de programas de intensificação e alargamento das áreas de cultivo.
Isto não impede a ocorrência de escassez alimentar, se se considerar que a segurança alimentar e nutricional depende de uma combinação de factores relacionados não só com a disponibilidade de alimentos, mas também com o acesso, e uso adequado de alimentos”.
Gaza em situação crítica
Segundo ainda refere o SETSAN, no geral a disponibilidade de alimentos melhorou desde Agosto de
A província de Gaza é tida como a que registou índices baixos de produção alimentar, estando agora o Governo, como o SETSAN refere, preocupado com a situação da segurança alimentar e nutricional naquela parcela do País. Estima-se que 42 por cento das famílias em Gaza não colheram alimentos na última campanha agrícola por terem sido afectados por factores climatéricos”.
Outros dados da campanha 2008/09
O SETSAN aponta que o acesso a sementes em quantidade e qualidade foi o que determinou boas colheitas nas províncias de Manica, Niassa, Nampula e Zambézia. A fonte refere que as populações já produzem semente de qualidade, chegando ainda a abastecer os países vizinhos.
Dados dão conta que mais da metade da população moçambicana armazena cereais produzidos nas suas machambas em celeiros tradicionais; 28 por cento armazena-os em sacos e 12 por cento pendura-os na cozinha. Os dados apontam que cerca de quatro por cento dos agregados familiares usa celeiros melhorados; 32 por cento das familiares tem conhecimento da utilização de produtos químicos e 19 por cento não tem conhecimento de conservação de cereais após a colheita.
(Alexandre Luís)
CANALMOZ – 31.12.2009