O líder de Madagáscar, Andry Rajoelina, abandonou formalmente um acordo de partilha do poder, um dia depois de ter nomeado um militar para o posto de primeiro-ministro.
Ele diz que outros postos criados ao abrigo do acordo serão também abolidos.
O Coronel Vital Albert Camille foi nomeado para substituir o primeiro-ministro nomeado para o cargo como parte do acordo de partilha do poder, Eugene Mangalaza, que foi demitido na sexta-feira.
Andry Rajoelina, um antigo DJ, chegou ao poder em Março com o apoio das forças armadas malgaxes.
O acordo de partilha do poder foi assinado depois de longas negociações com a oposição, incluindo o deposto presidente, Marc Ravalomanana.
Os líderes da oposição malgaxe dizem que a nomeação do novo primeiro-ministro vai complicar ainda mais a situação política na ilha.
Há quase um ano que Madagáscar vive tumultos políticos, com Rajoelina a tomar o poder depois de semanas de protestos que causaram dezenas de mortes.
Numa declaração a anunciar a abolição do acordo de partilha do poder, Andry Rajoelina avisou que isso significava que qualquer tentativa da oposição de convocar o Parlamento Nacional seria ilegal.
A correspondente da BBC em Antananarivo, Christina Corbett, diz que o anúncio parece ser uma negação total de quaisquer progressos já feitos para resolver a crise política de Madagáscar.
Ela diz que o anúncio de Rajoelina será muito desapontante para a União Africana, a ONU e a SADC.
As três organizações investiram muito tempo e dinheiro na mediação das negociações entre os líderes rivais.
BBC – 21.12.2009