Para Ana Maria Gêmo, Directora do GCCC, que falava há dias no III Conselho Coordenador da PGR, é necessário que haja um elevado fluxo de informação entre as instituições (GCCC e os bancos) no que respeita à temática, visto que só com o fornecimento de documentos é que se pode avançar para uma investigação célere e eficiente contra casos de corrupção. Assim, segundo acrescentou, uma vez solicitados estes documentos aos bancos sobre determinadas pessoas, a resposta deve ser dada em tempo útil.
Aliás, juízes e magistrados públicos têm se queixado bastante da falta de colaboração por parte de alguns bancos no que concerne ao fornecimento de dados dos suspeitos ou em investigação, o que, de certa forma, dificulta qualquer processo em análise. Nem sempre, segundo eles, os ofícios que têm sido remetidos aos bancos encontram uma resposta cabal da questão solicitada ou, quando ela é dada, é meramente vaga ou pouco esclarecedora.
Para o caso concreto dos juízes, lamentaram o facto de que, uma vez ausente esta colaboração, nalguns momentos chega-se a pôr em causa a produção de algumas sentenças que apenas ficam presas a um detalhe que o banco não quer fornecer.
No entendimento da PGR, a realização do julgamento dos infractores é igualmente um elemento a ter em conta neste grande desafio, pois, em caso de condenação, pode-se recuperar o activo desviado, para além do efeito preventivo daí resultante.
Apesar destes obstáculos de momento, a Directora do GCCC reitera que a instituição que dirige jamais irá vacilar no combate à corrupção e aos desvios de fundos e bens do Estado, justificando-se tal determinação do imperativo de se assegurar o desenvolvimento do país, como pela necessidade de edificação do Estado de Direito e democrático.
Moçambique impulsionado pelo movimento de combate à corrupção, assinou as convenções da SADC e da União Africana, nos dias 14 de Agosto de 2001 e 15 de Dezembro de 2003, respectivamente, ambas sobre a prevenção e combate à corrupção. Volvidos alguns meses, no dia 25 de Maio de 2004, Moçambique assinou a Convenção das Nações Unidas.