O pensamento de: Augusto Macedo Pinto
A também chamada Confederação Empresarial dos Oito, ao ter nascido a 13 de Dezembro de 2009, leva-me a recordar outras importantes organizações internacionais que surgiram em Dezembro, como por exemplo a Declaração Universal dos Direitos do Homem a 10 de Dezembro de 1948 e o UNICEF a 11 de Dezembro de 1956.
Acredito que os empresários, as suas associações empresariais representativas em cada um dos Estados da CPLP, como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, não deixarão de avaliar como desenvolver as trocas comerciais entre si, a melhor forma da internacionalização das suas empresas, como encontrar a melhor forma de sensibilizar as respectivas bancas comerciais para esta inovadora decisão, o mesmo fazendo com todas as representações e instituições governamentais, sejam as diplomáticas, embaixadas e consulados, as promotoras do comércio externo e investimento estrangeiro de cada país, tipo AICEP de Portugal e IPEX e CPI de Moçambique. As Câmaras de Comércio e as outras associações estarão de certeza atentas e não deixarão perder este comboio!
Vai ser uma oportunidade para tornar as formalidades aduaneiras mais adequadas a todos os níveis nas suas trocas comerciais, mas a praticamente inexistente logística, senhores? A velha questão já se coloca há algum tempo entre alguns Estados da CPLP, “não há ligações regulares de transporte marítimo e aéreo entre si, porque não há trocas comerciais que as justifiquem” e “não há mais trocas comerciais competitivas entre si, porque as ligações em meios de transportes são complicadas e muito irregulares”.
Vamos ver quem dá o pontapé-de-saída ou em paralelo se vai chegando à conjugação de todos os interesses.
Creio ainda que a formação profissional e a área da prestação de serviços em geral não tenham sido descuradas nesta louvável e unânime iniciativa.
Vamos aguardar com forte expectativa a implementação prática desta instituição ora criada, as pessoas que nela participaram, as entidades, as associações empresariais e as empresas que lideram, leva-nos a acreditar que não será mais uma “coisa mediática” que se cria, e, depois pouco ou nada acontece!
Quando se ouve só falar em crise, valha-nos esta lufada de ar fresco!
CORREIO DA MANHÃ – 15.12.2009