Em comunicado lido após a validação e proclamação dos resultados das eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais, Saimone Macuiane, mandatário da Renamo acusou os órgãos eleitorais, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Conselho Constitucional de terem demonstrado um claro favorecimento à Frelimo e seu candidato presidencial, em detrimento dos concorrentes da oposição.
“Aqueles órgãos não foram e nem são independentes, imparciais e isentos e não agiram com transparência durante todo o processo eleitoral”, acusou, indicando ainda que da CNE não era de esperar outro comportamento pois assim tem agido em todas operações eleitorais realizadas no país.
Quanto ao Conselho Constitucional, a Renamo entende que a maioria dos seus juízes foi proposta pela Frelimo agindo assim, segundo a orientação deste partido. Segundo Macuiane, são exemplos disso o facto de o acórdão 30/CC/2009 que valida estas eleições apontar, da primeira à última página, graves irregularidades praticadas pelos órgãos eleitorais o que deveria concorrer para a anulação das eleições de 28 de Outubro.
“Estranhamente, o Conselho Constitucional contradizendo-se, validou-as. Porquê? A resposta é clara. Como célula seguiu as orientações que recebeu da Frelimo e do seu candidato”, disse Saimone Macuiane, concluindo que nunca haverá em Moçambique eleições livres e transparentes enquanto os órgãos eleitorais tiverem a actual composição de uma maioria da sociedade civil alegadamente fantoche; as leis não forem revistas e aprovadas por consenso e os procedimentos administrativos não forem claros e facilitados.
Mesmo sem indicar a data do seu início, a Renamo disse que em protesto vai liderar manifestações pacíficas à escala nacional, em nome da democracia, da paz e da liberdade.