O tráfego rodoviário sobre a “Ponte Armando Guebuza” erguida sobre o Rio Zambeze, cuja inauguração ocorreu em Agosto deste ano e que, pela primeira vez, permite a ligação rodoviária entre o norte e sul de Moçambique, está a registar quase uma duplicação do movimento de viaturas comparativamente a fase do uso de batelões para a travessia daquele rio.
De acordo com a Administração Nacional de Estradas (ANE), o tráfego rodoviário em Agosto de 2008 foi de um total de 4.332 viaturas contra 7.395 que passaram agora sobre aquela majestosa infraestrutura em Agosto deste ano, o que significa um incremento de cerca de 71 por cento.
Com relação ao mês de Setembro de 2008, transitaram 4.155 viaturas contra 6.992 viaturas em igual mês de 2009, e 4.500 viaturas em Outubro de 2008, contra 7.242 viaturas em 2009, o que corresponde a um aumento em 68 e 61 por cento respectivamente.
Refira-se que o volume de tráfego sofre uma variação sazonal. O mesmo é relativamente baixo no primeiro semestre devido ao factor chuvas, e elevado no segundo devido ao movimento associado com as festividades do Natal e do Fim do Ano.
Uma análise comparativa às estatísticas dos três meses após a inauguração da Ponte Armando Guebuza, ou seja Agosto, Setembro e Outubro, constata-se que o tráfego de viaturas ligeiras de carga foi o que mais contribuiu no aumento no trânsito de viaturas.
Assim, no período de Agosto de
Um pormenor interessante é o facto de o movimento de camiões cavalo com plataforma e viaturas pesadas sem atrelado ter aumentado na mesma proporção, ou seja 46 por cento.
Com relação ao movimento de camiões cavalo com plataforma, o número aumentou de 3.471 no período compreendido entre Agosto a Outubro de 2008, para 4.918 em igual período de 2009, o que se traduz num aumento em cerca de 46 por cento.
Enquanto isso, o movimento de viaturas pesadas sem atrelado aumentou de 2.673 em 2008 para 3.913 em 2009, que corresponde a um incremento em 46 por cento
O número de viaturas de passageiros subiu de 877 em 2008 para 1.444 em 2009, que corresponde a um aumento de 65 por cento.
Não é possível contabilizar a contribuição dos países vizinhos, tais como a Zâmbia, Malawi e RDCongo, dado que esta ponte é também usada por viaturas provenientes destes países vizinhos de Moçambique.
Comentando sobre o assunto, uma fonte da ANE explicou à Agência de Informação de Moçambique que a instituição estava preocupada em estudar outros factores mais importantes, razão pela qual não foi efectuado o referido estudo.
A ponte “Armando Guebuza” , a maior obra de engenharia civil construída em Moçambique após a independência nacional, é fruto de um investimento que custou cerca de 65 milhões de euros, financiados pela União Europeia (EU), Japão, Itália, Suécia e Governo de Moçambique.
Com uma extensão de
Questionado sobre as taxas para a travessia da ponte, a fonte explicou que as receitas destinam-se apenas a manutenção da ponte, pois a maior parte do financiamento foi um donativo dos parceiros de cooperação de Moçambique.
“As taxas que estão a ser cobradas não têm por objectivo garantir o retorno do investimento feito para a construção da ponte, pois visam apenas financiar a sua manutenção”, disse.
Actualmente, segundo a fonte, as receitas resultantes da cobrança das taxas para a travessia de viaturas estão calculadas em de 2,3 milhões de meticais (cerca de 84 mil dólares ao cambio actual).
RM - 27.12.2009