OS Estados africanos estão confrontados com enormes dificuldades na preservação do património ameaçado de desaparecimento. Estas declarações foram feitas quarta-feira última em Dakar pelo director do Património Histórico Classificado do Senegal, Hamady Bocoum.
"Não só os meios financeiros são insuficientes, os recursos humanos também não se renovam e não existem pessoas formadas para a conservação do património histórico do continente negro", declarou o responsável senegalês durante um encontro internacional sobre o património mundial de África.
O objectivo deste encontro é reflectir sobre as vias e os meios de permitir inscrever cada vez mais zonas na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) mas igualmente para convencer os países não signatários a aderir à convenção.
Bocoum estimou que, ao considerar as potencialidades, África possui uma parte muito fraca na lista da UNESCO, ou seja um total de 78 zonas repartidas em 30 países com base na convenção para a protecção do património natural e cultural de 1972 ratificada por 44 Estados africanos.
Segundo ele, África possui 44 porcento das zonas em perigo, notando assim a carestia da confecção do dossier de inscrição na lista da UNESCO.
Existe um fundo africano do património mundial alimentado por contribuições de Estados, mas apenas a África do Sul conseguiu subvencioná-lo com 10 milhões de euros.
O fundo tem por vocação financiar a confecção dos dossiers de candidatura ao património mundial.