"O Campeonato Africano das Nações é uma oportunidade para Cabinda receber visitantes e isso vai trazer dinheiro e investimento para a província," acrescentou.
Mais tarde, respondendo às notícias do ataque, Bembe disse ter feito tais declarações com boa fé e adiantou: "Estou muito triste que os nosso irmãos africanos vieram a Angola tomar parte no Campeonato das Nações e tenha acontecido isto".
Foi lançada, entretanto, uma investigação sore o ocorrido, mas continua a levantar-se a questão porque é que o Togo escolheu viajar por terra numa notoriamente perigosa parte da província, uma zona conhecida de insurgentes, em vez de voar directamente para a cidade de Cabinda, de acordo com os regulamentos da Confederação Africa de Futebol, CAF.
"O erro foi que a equipa viajou por estrada e não fez uma verdadeira avaliação do risco da área", disse Alex Vines, da organização baseada em Londres, Chatham House.
"Esta é a floresta de Mayombe onde os separatistas da Flec operam há décadas."
"Eles são apenas umas centenas mas podem ser um elemento perturbador, apesar do grande número de militares e membros da segurança angolana estacionados na província, onde companhias internacionais têm sido alvo de raptos e mortes", adiantou Vines.
Foi-se o o optimismo
Poucos ataques alcançam as parangonas dos noticiários em Angola no actual cenário de censura nos media sobre as actividades na província de Cabinda e o governo recusa-se a confirmar as acções da Flec.
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Com o Togo fora do torneiro, o comité organizador do CAN prometeu uma maior segurança mas tenta minimizar o incidente. No sábado, divulgou um comunicado repetindo que a competição iria prosseguir como estava planeado.
Estima-se que Angola tenha dispendido Mil milhões de dólares na preparação do torneio bienal, que vai ser realizado em quatro cidades angolanas: Luanda, Lubango, Benguela e Cabinda.
Para além dos quatro novos estádios construidos por chineses, há também novos aeroportos, estradas, hóteis e melhoria nas condições hospitalares.
Uma grande euforia tem vindo a crescer em todo o país e as ruas de Luanda têm sido inundadas por um mar de bandeiras vermelhas, amarelas e pretas, as cores da bandeira Angolana e pessoas em camisetes e bonès da equipa nacional.
Uma mulher vendendo mangas à porta do estádio de 50 000 lugares disse: "Estamos felizes pelo CAN porque vai trazer turistas para Angola e eles vão ver que a guerra acabou e que as pessoas vivem em paz".
Depois do incidente envolvendo a equipa do Togo, este tipo de optimismo pode ser agora difícil de encontrar.
BBC – 10.01.2010