A empresa Protectores comercializa a 69 dólares americanos coletes de protecção para os turistas que receiam ser agredidos e apunhalados durante o Mundial que inclui entrega gratuita em hotéis de Joanesburgo e Pretória.
Segundo a empresa, ela pode igualmente personalizar o colete com as cores de uma equipa ou de um país. O porta-voz da Polícia sul-africana, Zweli Mnisi, declarou-se "irritado" por esta informação.
"Estamos preocupados e irritados pelas empresas oportunistas que buscam pôr em questão os nossos esforços nacionais em matéria de segurança. Instamos as pessoas a ignorarem estas operações de marketing infelizes que não têm outro objectivo senão servir uma minoria.
Com o nosso plano global para o Mundial de 2010, permanecemos confiantes que o Mundial será seguro e sem perigo", declarou Mnisi. Reafirmou que o Governo instaurou um plano de segurança global para o Mundial de 2010 em parceria com a FIFA, a instância dirigente do futebol mundial, os outros Departamentos do Governo e outros actores.
REPORTAGEM POLÉMICA
Entretanto, um cidadão sul-africano residente no Soweto que participou numa reportagem polémica sobre a criminalidade no país, difundida pela ETV, suicidou-se na terça-feira.
De acordo com a agência PANA, na reportagem difundida, sexta-feira, dois criminosos declararam que atacarão turistas para os raptar durante o Mundial de 2010 a ser organizado entre Junho e Julho próximos na África do Sul. Um dos homens estava mascarado, enquanto que o outro foi filmado com a cara descoberta, exibindo uma arma de fogo. A cadeia de televisão, que foi objecto de vivas críticas por ter difundido esta reportagem, identificou o suicida como Lucky Phungula. "Ajudou-nos voluntariamente. Nós apresentamos as nossas sentidas condolências à sua família", declarou o responsável da Comunicação da ETV, Vasili Vass, aludindo ao homem que se suicidou.
A Policia sul-africana considerou a reportagem "um sensacionalismo gratuito, que serve apenas para produzir um clima inútil de medo e histeria".
O comissário da Polícia sul-africana, Bheki Cele, considerou que a ETV perdeu a oportunidade de contribuir para a luta contra a criminalidade.
O Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) e a Aliança Democrática (DA, principal partido da oposição) estão divididos sobre a referida reportagem.
A DA estimou quarta-feira que mesmo que a história fosse de mau gosto, o apelo para a censura desta reportagem pelo ANC está contra o princípio constitucional da liberdade de imprensa na África do Sul. No entanto, o porta-voz do ANC, Jackson Mthembu, defendeu que se a ETV não salvaguardar os interesses de pessoas inocentes durante o Mundial "ela não é então diferente destes criminosos".