“O Conselho Constitucional (CC) confessou, disse tudo. Estou satisfeito porque eles (os juízes do órgãos) disseram tudo, que houve fraude”, disse Afonso Dhlakama, reagindo aos resultados eleitorais validados segunda-feira pelo órgão.
Durante a divulgação do acórdão, o presidente do CC, Luís Mondlane, disse que o escrutínio “decorreu em conformidade” com a lei, mas confirmou “as várias irregularidades registadas e censuradas pelo acórdão do CC” que, disse, “não influenciaram os resultados das eleições”.
“Como é que (as irregularidades) não criam diferença, (se) num caderno com 200 eleitores apenas votaram 50, mas na urna vamos descobrir 1000 votos, não é enchimento isso? Como é que Guebuza não pode apanhar 75 porcento dos votos?”, questionou, citado pela Rádio Moçambique.
O candidato da Frelimo, Armando Guebuza, foi proclamado vencedor das quartas eleições gerais moçambicanas com 75 porcento, seguido de Afonso Dhlakama, líder da Renamo, que obteve 16 porcento, e Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 8,5 porcento.
“As instituições (eleitorais) estão ligadas ao partido Frelimo, por isso, não funcionam. Não é porque as pessoas que estão lá não são inteligentes”, até porque “são académicos. O próprio presidente do CC é académico, mas o problema é que eles sabem como é que o regime da Frelimo quer”, disse Afonso Dhlakama.
O próximo Parlamento, com 250 deputados, será composto maioritariamente por deputados da Frelimo, 191, contra 51 da Renamo, e oito do MDM.
A CNE anunciou esta semana que os deputados eleitos para o Parlamento no escrutínio de 28 de Outubro tomam posse a 12 de Janeiro, enquanto os membros das assembleias provinciais serão investidos uma semana antes.
Mas, o presidente da Renamo reiterou que os deputados do seu partido não vão tomar posse. (RM)