O engenheiro técnico agrónomo José Condugua António Pacheco, que em Setembro deste ano deverá fazer 52 anos de idade, poderá ser o próximo Primeiro-Ministro de Moçambique, em substituição de Luísa Diogo, exonerada do cargo na semana passada pelo Presidente da República, Armando Guebuza. Pacheco, que no último mandato presidencial chegou a ver o seu posto de Ministro do Interior a ser posto em causa, quando os criminosos estavam na mó de cima, poderá, deste modo, ser o primeiro natural de Ampara, distrito de Buzi, província de Sofala, a ocupar o cargo de Primeiro- Ministro de Moçambique.
Sofala, província natal de Afonso Dhlakama (vide manchete desta edição), era até às últimas eleições gerais dominada politicamente pela RENAMO, sendo, hoje, a sua capital, Beira, dirigida por Daviz Simango (também de Sofala), filho do primeiro vice-presidente da FRELIMO, Uria Simango, liquidado fisicamente pelos seus antigos camaradas por ser considerado “reaccionário”. Pacheco já foi viceministro da Agricultura e Pescas e Governador em Cabo Delgado e é tido como um dos “elementos da linha dura” do partido FRELIMO.
Quando Pacheco era governador de Cabo Delgado ocorreram massacres contra membros da RENAMO e durante o seu consulado no Ministério do Interior morreram asfixiados numa prisão em Mogincual, província de Nampula, dezenas de prisioneiros, muitos deles conotados com o partido de Afonso Dhlakama.
CORREIO DA MANHÃ – 15.01.2010