Rajoelina tomou o poder na ilha do Oceano Índico no ano passado. Recentemente declarou nulo e sem efeito um acordo, conseguido sob mediação internacional, para criar uma coligação de transição, anunciando a realização de eleições em Março próximo.
A União Africana (UA) suspendeu Madagáscar até à realização de eleições democráticas e transparentes.
Entretanto, os membros do grupo internacional de contacto (GIC) pediram às diferentes forças políticas malgaxes para que cheguem a um entendimento sobre a realização rápida de eleições, de modo a que a ilha ultrapasse a crise política que a paralisa há um ano.
É "evidente que o regresso à ordem constitucional a Madagáscar passa por eleições livres, transparentes e democráticas para voltar a dar a palavra ao povo soberano", declarou o presidente da comissão da UA, Jean Ping, que também preside ao GIC.
Ping vai deslocar-se a Madagáscar "o mais tardar a 25 de Janeiro para entregar a todas as partes malgaxes propostas da comunidade internacional. As partes estarão, então, perante as suas responsabilidades", disse o comissário para a Paz e Segurança da UA, Ramtane Lamamra.
"Todos concordam que as eleições em Madagáscar são urgentes dada a situação do país", afirmou o secretário de Estado da Cooperação francês, Alain Joyandet, membro do GIC.
As principais forças políticas malgaxes divergem sobre a nomeação de um primeiro-ministro de transição, a atribuição das pastas ministeriais e o estabelecimento de um calendário eleitoral.
A 18 de Dezembro, o actual homem forte da ilha, Andry Rajoelina, anulou a nomeação de Eugène Mangalaza como primeiro-ministro de consenso, apesar de as quatro partes malgaxes terem concordado com o nome em Outubro passado, no âmbito de um acordo de partilha temporária do poder.
Rajoelina, de 35 anos, antigo «disc-jockey» e antigo presidente da câmara de Antananarivo, derrubou a 17 de Março passado o então presidente do país, Marc Ravalomanana, com o apoio do exército.
Além de Ravalomanana, os antigos chefes de Estado malgaxes Albert Zafy e Didier Ratsiraka também participam nas negociações.