O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reiterou a sua intenção de promover manifestações “pacíficas” contra os resultados eleitorais de Outubro último. Dhlakama disse, num encontro de emergência com os membros do seu partido, que estão criadas todas a bases necessárias para a realização das manifestações esta semana.
“Chegou a data, é já depois de amanha que a manifestação é feita do Rovuma ao Maputo. Não é manifestação de marchar na estrada com gravata e dizer viva Dhlakama, é um movimento de persuasão que vai fazer o regime comunista a recuar”, disse Dhlakama, citado pelo diário “O Pais”, na sua edição de quarta-feira. Dhlakama mostrou-se confiante na realização das manifestações, afirmando que “absolutamente ninguém tem medo da polícia, ate porque todos os moçambicanos estão revoltados com o actual cenário político-social no pais”.
“Se a Frelimo mandar a polícia para matar, essa polícia vai encontrar resposta própria, que nunca viram em Moçambique, pois estamos preparados”, garantiu. No encontro, Dhlakama assegurou aos membros do seu partido que “não queremos manifestações conotadas com violência, vandalismo, entre outras, queremos aquelas que temos visto na Inglaterra, Portugal, Africa do Sul e outros países”.
Dhlakama reiterou o boicote ao Parlamento destacando que dos membros do seu partido ninguém toma posse oficialmente, tendo acrescentado que “ninguém quer acabar com a Frelimo pelo contrário a Frelimo e que pretende liquidar a Renamo”.
Entretanto, contrariando as ordens de Afonso Dhlakama 16 dos 51 deputados da Renamo eleitos no escrutínio de 28 de Outubro ultimo tomaram posse, terça-feira da semana passada, juntamente com os seus colegas da Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). A Renamo, que registou os piores resultados da sua história no sufrágio de Outubro, alega ter havido fraude nas últimas eleições retumbantemente ganhas pela Frelimo e seu candidato, Armando Guebuza.
@VERDADE – 20.01.2010