O processo de multiplicação de viveiros de chanfuta é feito ao nível do distrito por parte de um operador florestal licenciado com apoio das comunidades locais que, por seu turno, lideram os trabalhos de plantio, que reconhecem ter uma importância, sobretudo para a substituição das espécies abatidas.
Pedro Teixeira, operador florestal baseado em Murrupula, garantiu que o plantio de árvores destinadas à exploração de madeira com valor comercial vai prosseguir, estando previsto a multiplicação de mais vinte mil plantas em viveiros locais onde igualmente se faz a reprodução de fruteiras para posterior distribuição às comunidades, mas sobretudo às escolas de nível básico.
Naquele distrito, localizado no corredor rodoviário que liga as províncias de Nampula e Zambézia, predominam espécies florestais como umbila, monzo, moço, entre outras consideradas de primeira qualidade e alvo da acção de operadores florestais, dos quais alguns furtivos, que abastecem os centros urbanos.
Pedro Teixeira sublinhou que o reflorestamento que está a dirigir em Murrupula visa garantir matéria-prima para indústrias de transformação de madeira. Aliás, aquele operador que acaba de instalar uma serração empregando mais de duas dezenas de trabalhadores, prevê para breve a abertura de uma carpintaria, que será a primeira em 35 anos de independência que o país desfruta.
A carpintaria, cuja implantação surge da cobiça da madeira de qualidade explorada em Murrupula, vai constituir um alívio às populações locais, que em caso de morte de um parente eram obrigados a deslocar-se a cidade de Nampula para a compra de urnas, com todos os custos daí decorrentes.
Em relação ao mobiliário básico para apetrechar residências ou estabelecimentos escolares e sanitários, o Governo buscava alternativas em Nampula. Abraão Camilo, secretário permanente distrital de Murrupula, realçou a importância da preservação dos recursos florestais.