O DISTRITO da Maganja da Costa, na Zambézia, localizado no Vale do Zambeze, tem todas as condições de irrigação para produzir arroz em moldes empresariais sem ter de esperar pelas chuvas. O Primeiro-Ministro, Aires Aly, que ontem visitou os regadios de Munda Munda e Intabo, que ocupam uma extensão de mais de cinco mil hectares, aconselhou os produtores de arroz a fazerem o melhor aproveitamento do potencial agro-ecológico, apostando mais no melhor amanho de terras, aprimorar a planificação da campanha alargarem as áreas de cultivo por forma a incrementarem os níveis de produção e produtividade, uma das armas para acabar com a fome.
O regadio de Munda Munda ocupa uma extensão de três mil hectares, mas os mil e setecentos associados estão a explorar apenas seiscentos e cinquenta hectares. O outro regadio, o de Intabo, tem dois mil hectares, mas os produtores estão apenas a explorar perto de 700 hectares. Apesar de ter enaltecido o envolvimento dos produtores, o Primeiro-ministro incentivou-os a aumentar as áreas de cultivo para que cada um dos associados tenha pelo menos 1.5 hectare, o que poderá contribuir para o aumento da produção e produtividade.
O Governo estendeu para os dois regadios a energia da rede nacional da HCB, condição extremamente fundamental para o aumento dos níveis de produção, diversificação e processamento. Todavia, o regadio de Munda Munda, por exemplo, não tem uma electrobomba para puxar a água para os canais de irrigação, principalmente no tempo seco. Segundo apurou a nossa Reportagem, a electrobomba foi comprada e só poderá chegar aos produtores em princípios de Abril próximo.
Aires Aly considerou esta situação como sendo falta de planificação da campanha agrícola. A fonte precisou que a planificação é um elemento muito importante que deve ser assegurado para que nada falhe na cadeia de produção e os seus valores.
Quanto à não exploração da terra arável, o Primeiro-ministro aconselhou os produtores e o Governo distrital de Mopeia para aproveitarem a maquinaria utilizada na reabilitação da ponte sobre o rio Licungo, para reabilitar o regadio e aumentar a área para a exploração agrícola. Um dos extensionistas disse ao governante que o processo de reabilitação do regadio pode levar quatro a cinco anos, dada a complexidade do trabalho, nomeadamente nivelamento, abertura de comportas e canis de irrigação, entre outros. Os especialistas corroboraram com este extensionista, afirmando que a reabilitação de noventa hectares pode levar acima de seis meses.
O Primeiro-Ministro instruiu igualmente para que se encontre uma solução para o problema, porque o desafio do Governo é produzir mais arroz para acabar com a fome e a pobreza.
Entretanto, os produtores de arroz no posto administrativo de Nante pediram ao Governo para contratar mais extensionistas para acelerar o processo de transferência de tecnologias agrícolas. O distrito tem apenas cinco extensionistas, sendo um do Estado e outros quatro das organizações não-governamentais que operam no distrito.- JOCAS ACHAR