“Governador tribaliza Niassa”1. Foi com esta manchete que o semanário “Magazine
Independente” abriu a sua edição de 12 de Março do ano em curso. A manchete
baseava-se na opinião de duas figuras originárias desta província, nomeadamente, o primeiro
presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e antigo reitor Universidade
Eduardo Mondlane (UEM), a principal Universidade pública de Moçambique, Brazão Mazula,
e Carlos Machili, alto quadro da Frelimo e antigo reitor Universidade
Pedagógica (UP), considerada a segunda universidade pública do país. Segundo
Brazão Mazula e Carlos Machili, o actual governador do Niassa, Arnaldo Bimbe, um
changane2 natural de Gaza, estaria privilegiando determinadas tribos na distribuição
de posições de prestígio (politico, económico e social) em detrimento de outras, fomentando,
assim, o tribalismo na província. Acusações deste género não são novas em Moçambique.
Com efeito, a questão identitária-étnica foi e continua a ser uma
questão omnipresente nos discursos das elites moçambicanas (políticos, académicos, etc.).
Mas o que é o tribalismo? Como é que se manifesta e em que ele pode ser prejudicial para
o país? O que é estará por detrás deste tipo de discursos?
Abril de 2008
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