A Vice-Ministra da Coordenação da Acção Ambiental, Ana Paula Chichava, disse que a expectativa é de criar estratégias que permitam reduzir as queimadas descontroladas e as consequências negativas que delas resultam.
A ênfase, segundo os organizadores do evento, é desenvolver estratégias que melhorem a cooperação entre os países da SADC na prevenção, controlo e monitoria das queimadas.
Até aqui, os programas de controlo das queimadas eram desenvolvidos de forma isolada pelos países membros. A percepção actual é de que as queimadas descontroladas têm vindo a crescer substancialmente entre fronteiras e destroem áreas extensas de colheitas agrícolas, gado, propriedades, para além de ameaçarem florestas e a biodiversidade, constituindo, por isso, uma ameaça ao sustento das pessoas e também da indústria de turismo.
Falando na abertura do encontro, a Vice-Ministra da Coordenação da Acção Ambiental, Ana Chichava, indicou, igualmente, que uma gestão deficiente das queimadas tem um impacto negativo para a sociedade em termos de saúde, prosperidade económica e paz, pois as florestas são um recurso crucial para a mitigação das mudanças climáticas, através do seu papel como filtro para a lavagem de gases que causam o aquecimento global.
“Por causa do valor e importância estratégica das florestas reconhecemos o papel fundamental que os países da SADC podem desempenhar para uma maior promoção da boa gestão das queimadas. Durante milhões de anos as queimadas foram uma parte integral dos ecossistemas naturais e o uso controlado das queimadas é importante para a sua manutenção”, disse.
São apontadas como causas das queimadas descontroladas a utilização do fogo para, entre outros, fazer a limpeza de terras para o cultivo agrícola, para o controlo de pragas, bem como para estimular o crescimento de capim para a pastagem de gado.
Em Moçambique, segundo a vice-ministra do Ambiente, as zonas sul e centro são as que mais casos de queimadas descontroladas registam, principalmente por ocasião da preparação das terras entre Agosto e Setembro.
No último ano, segundo indicou, não houve uma evolução em termos de área afectada mas, mesmo assim, a situação não melhorou.
O Protocolo da SADC sobre Florestas e o Plano Regional Indicativo de Desenvolvimento Estratégico (RISDP) exigem a protecção e conservação de florestas das queimadas transfronteiriças descontroladas, através de estratégias bem concebidas e integradas entre os estados membros, em benefício das actuais e futuras gerações.