Os deputados da Renamo que não tomaram posse a 12 do mês em curso deverão até hoje ser investidos nas suas funções, a um dia da realização da sessão extraordinária do Parlamento, destinada à eleição dos vice-presidentes do órgão legislativo, dos membros da Comissão Permanente e das comissões de trabalho, escreve o jornal “Noticias”, citando uma de fonte autorizada daquele partido.
Até às 13.00 horas de ontem haviam sido empossados nas suas funções pela Presidente da Assembleia da Republica, Verónica Macamo, 30 deputados da Renamo que no passado dia 12 do corrente mês não se fizeram presentes na cerimónia solene de investidura.
Ontem foram empossados os deputados Ossufo Momad, secretário-geral da Renamo, Saimone Muhambi Macuiana, mandatário do partido, Francisco Machambisse, Latifo Ismail Charifo e António Severino Timba.
Cerca das 10.00 horas, tomaram posse os deputados Maria Angelina Enoque, José Samo Gudo, Arnaldo Francisco Chalaua, Francisco Maingue e Gania Aly Mussagy Manhica.
O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse entretanto, que a decisão de tomada de posse daqueles parlamentares não foi emanada de nenhum órgão do partido. Segundo afirmou, existe na Renamo democracia interna que obedece os ditames da consciência individual, apesar de que a decisão do colectivo seja a de que os deputados eleitos não devam tomar posse.
Questionado se essa “consciência individual” não seria uma grosseira afronta ao líder, Mazanga sublinhou que Afonso Dhlakama não era um ditador. Explicou que com base na consciência de cada um, a acção de cada deputado já não se vincula à posição do presidente.
Questionado se tal procedimento dos deputados da Renamo não colocaria Afonso Dhlakama numa situação de isolamento, Fernando Mazanga afirmou que o seu líder é um democrata.
Garantiu que os deputados que tomarem posse continuam membros da Renamo.
O jornal “Notícias” diz saber que os deputados da Renamo que não tomaram posse no dia 12 do mês em curso irão protagonizar uma manifestação amanhã em plena sessão extraordinária da Assembleia da Republica.
RM – 21.01.2010