“Estudos à nossa disposição revelam que os círculos de corrupção provocam, para África, uma perda de 10 porcento dos seus recursos. Além das administrações públicas, muitas vezes atingidas ao mais alto nível, esta corrupção traduz-se pelo tráfico de droga e pelo branqueamento de dinheiro”, disse Mwencha, numa conferência de imprensa.
Ao exprimir a determinação de África no combate a uma prática que afecta igualmente a sua imagem, Erastus Mwencha precisou que a recém-nascida CUA vai ajudar os Estados africanos a dotarem-se de legislações anticorrupção. "Não quero dizer que a corrupção não exista noutras partes do mundo. A grande diferença é que em África ela trava o desenvolvimento e impede investimentos directos estrangeiros", afirmou.
Anunciou ainda que a criação da comissão será validada pela 14ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo que deve começar domingo na capital etíope.
De acordo com diversos estudos, a “grande” corrupção manifesta-se em África durante a adjudicação de contratos públicos, a assinatura de contratos mineiros e petroleiros ou na construção de infra-estruturas de grande vulto.
Organizações da sociedade africana têm se mobilizado regularmente numa tentativa de exigir mais transparência na gestão dos bens públicos.
A iniciativa "Publiquem o que Pagam" (PCQVP), destinada a exigir mais transparência na gestão das receitas provenientes dos recursos exportados pelos países em desenvolvimento, é um dos exemplos mais conhecidos desta mobilização conjunta entre a sociedade civil africana e actores associativos do Norte.