Edição temática dos Cadernos de Estudos Africanos, revista semestral do Centro de Estudos Africanos/ISCTE - IUL, dedicada ao tema 35 Anos da independência das ex-colónias portuguesas em África.
Neste ano assinalam-se 35 anos de independência dos cinco Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que, em termos geográficos, demográficos, históricos, culturais e económicos representam uma grande diversidade. Devido à recusa da descolonização pela ditadura salazarista, a independência dos PALOP realizou-se quinze anos mais tarde do que nas outras colónias europeias em África, na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal. Consequentemente, o contexto histórico-político da descolonização das colónias portuguesas caracteriza-se por algumas particularidades, nomeadamente lutas armadas de libertação, períodos de transição curtos, o êxodo dos colonos portugueses (Angola, Moçambique) e, depois da independência, a instalação de regimes monopartidários de orientação soviética.
Em Angola e Moçambique a contestação dos novos regimes no poder levou logo após a independência ao início de guerras civis devastadoras que terminaram só em 1992 e 2003 respectivamente. Na Guiné-Bissau, o golpe de Estado de 1980 pôs também fim à pretendida união com Cabo Verde. Em 1998, na sequência de um outro golpe militar, também este país foi palco de um conflito armado.
Em Moçambique e Angola o fim da guerra trouxe estabilidade política associada à dominação do ex-partido único e crescimento económico, enquanto na Guiné-Bissau a instabilidade continuou depois do fim da guerra civil. Em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não houve conflito armado, porém, apenas no primeiro a paz trouxe desenvolvimento e estabilidade política. Condicionados pelo fim da Guerra Fria, no início dos anos 1990, os PALOP introduziram o multipartidarismo, mas, desde então, apenas em três países as eleições resultaram em mudanças do governo.
Passados 35 anos desde a independência política, os caminhos percorridos pelos Cinco mostram semelhanças e diferenças, mudanças e continuidades e, apesar dos desenvolvimentos em algumas áreas, muitas promessas ficaram por cumprir gerando esperanças frustradas de uma vida melhor para todos.
Aceitamos artigos de autores de disciplinas académicas diferentes que, em retrospectiva, analisem os percursos de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe em termos globais ou focando períodos cruciais relacionados com aspectos relevantes do desenvolvimento político, sócio-económico e cultural destes países e das suas sociedades nos últimos 35 anos.
Os artigos (em português, inglês, francês ou espanhol) devem ser escritos de acordo com as normas editoriais disponíveis em
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Os artigos propostos para publicação devem ser enviados para os endereços
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O prazo de entrega dos manuscritos, que serão submetidos à arbitragem científica, é 31 de Maio de 2010.
Lisboa, 25 de Fevereiro de 2010
Gerhard Seibert, Ph.D
Centro de Estudos Africanos (CEA)
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