Estes dados foram revelados segunda-feira por Arlindo Chilundo, Vice-Ministro da Educação, que falava em Nampula, na qualidade de académico, no decurso de uma aula de sapiência na Faculdade de Ciências de Saúde da UniLúrio.
Para ele, a situação contrasta com o conceito contemporâneo do papel das universidades em África, que é de servirem de “instrumento de mudança das comunidades”.
Os esforços desencadeados pelo governo moçambicano, de massificação do acesso ao Ensino Superior, através da expansão do número de estabelecimentos de ensino superior do sector público e privado, que permitiu elevar de uma para 38 universidades, ainda continua aquém da demanda.
As 38 universidades em causa dão oportunidade de formação a apenas 75 mil pessoas, um quadro que faz com que em cada ano o nível de procura de vagas ultrapasse sete a oito vezes mais a real capacidade de oferta deste nível de ensino.
Falando especificamente da Universidade de Lúrio, aquele académico considerou de positivos os métodos de ensino adoptados, que através da sua iniciativa, um estudante uma família, fazem com que os mesmos fiquem em contacto directo com as reais dificuldades das comunidades.
Um dos objectivos do plano estratégico do Governo é de fazer com que o saber esteja ao serviço do povo e constatamos com alegria que isso já está a ser equacionado pela Unilúrio - disse.
Outros “itens” preconizados no plano estratégico de reforma do subsistema de Ensino Superior no país, prevêem que este nível de ensino não seja apenas apropriado para as elites, não seja negado aos estudantes talentosos por serem economicamente desfavorecidos. Preconiza igualmente a melhoria da qualidade de ensino, através da criação de mecanismos de revisão e inspecção curriculares.
É neste contexto que será instalado no país o Sistema Nacional de Avaliação de Qualidade do Ensino Superior (SINAQES), bem como o Serviço Nacional de Transferência do Crédito Académico (SNATCA).
Não queremos que o canudo seja visto como único condicionante para o provimento das vagas no mercado de emprego, sabemos que muitas das vezes tal não é sinónimo de qualidade - referiu Chilundo.
No entanto, pouco mais de 7 mil crianças, dos 6 e 12 anos, idade das Escolas primárias de Rapale, Anchilo e Namialo, na província de Nampula, vão receber de forma gratuíta escovas e pastas dentífricas com o objectivo de prevenir doenças orais.
Trata-se de uma iniciativa da Universidade Lúrio, através da sua Faculdade de Ciências de Saúde, em coordenação com a Colgate e que, segundo Jorge Ferrão, Reitor da UniLúrio, surge da constatação de que existem famílias que não cuidam da higiene oral por falta de uma escova. Paralelamente a isso serão proferidas palestras sobre modelos saudáveis de vida e alimentação.- ASSANE ISSA