A fonte citou Chissano a dizer que as partes envolvidas na concretização do acordo de partilha de poder naquele país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ora suspenso, não têm feito os esforços necessários para a sua efectiva implementação. “As organizações internacionais e os países membros vão endurecer as medidas caso persista a atitude do líder malgaxe, traduzida na falta de observância e respeito aos acordos alcançados”, disse Chissano no final das conversações, em Addis-Abeba, capital etíope, e que se prolongaram por mais de oito horas.
O Madagáscar está mergulhado numa crise política desde Março de 2009, quando Rajoelina, ex-“disc jockey”, tomou o poder das mãos do ex-presidente, Marc Ravalomanana, com apoio dos militares.
Ramtane Lamamra, Comissário da União Africana para Paz e Segurança, disse que os esforços da mediação internacional vão continuar, com a possibilidade de imposição de sanções contra as autoridades locais.
“A imposição de sanções não significará o fim da mediação. É nosso dever continuar com os esforços no sentido de chegar a consenso para uma reconciliação e restauração da ordem constitucional no Madagáscar”, disse Lamamra, citado pela AIM.
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) reuniu-se sexta-feira para avaliar a hipótese de sanções sobre aquele país da SADC.
A mediação, composta por representantes da União Europeia (UE), Nações Unidas, a Francofonia e a SADC, esteve reunida quinta-feira na sede da UA em Addis-Abeba, capital etíope, pela quinta vez em menos de 12 meses. Os mediadores continuam a tentar aproximar Rajoelina e os seus rivais políticos com vista a implementarem o acordo de partilha de poder.
Rajoelina rejeita as propostas incorporadas no acordo, que contam com o apoio dos três antigos presidentes, Marc Ravalomanana, Didier Ratsiraka e Albert Zafy, respectivamente. Rajoelina, que demitiu o primeiro-ministro consensual e nomeou um sucessor, assim como anunciou unilateralmente a data para as eleições legislativas, descreve o acordo de partilha de poder como algo impossível.