António Maria Costa lançou este alerta na segunda-feira, durante a conferência ministerial sobre a harmonização da luta contra o tráfico de drogas na África Ocidental, em Dakar, capital do Senegal.
O diplomata da ONU baseia a sua convicção na descoberta de importantes quantidades de drogas sintéticas e de precursores na Guiné-Conakry, no ano passado.
Segundo Costa, este fenómeno é de mau agoiro para a África Ocidental, porque isto supõe que o Continente Africano se tornou num local de produção e não apenas uma região de trânsito de estupefacientes.
Por isso, o director executivo da ONUDC defendeu ser mais do que nunca necessário cooperar nos planos regional e internacional e agir a nível nacional, porque apesar de a quantidade de cocaína apreendida proveniente da África Ocidental ter diminuído a situação permanece preocupante.
Costa exortou os Estados a interceptar as drogas e a cooperar estreitamente para desmantelar as redes criminosas, insistindo igualmente na necessidade de combater a corrupção e o branqueamento de dinheiro para reduzir o risco de infiltração por grupos criminosos.
“A reforma da justiça penal, a formação da Polícia, o reforço da segurança e do controlo das fronteiras aéreas, marítimas e terrestres são igualmente essenciais”, indicou o director da ONUDC. O grande desafio é frustrar nos países europeus os apetites para a droga, que representa igualmente uma grave ameaça para a saúde pública na Europa.