Aquando da visita ao país, Sócrates terá uma manifestação à espera.
À chegada a Moçambique, na próxima quarta-feira, José Sócrates vai ter à sua espera um grupo de portugueses. O encontro não faz parte da agenda oficial do primeiro-ministro, mas está a ser preparado por pessoas que querem reabrir urna ferida com 35 anos e ser indemnizados pelo que perderam após a independência daquele país africano em 1975.
Ao SOL, poucos quiseram falar. Mas sabe-se já que empunharão um cartaz no aeroporto e que pedirão uma audiência a Sócrates. «Eu quero que ele dê 50 ou 100 milhões de dólares a quem perdeu tudo», reclama Ângela, uma das poucas que aceitam dar a cara. Esta portuguesa de 48 anos reage indignada contra o facto de Portugal «já ter dado tanto a Moçambique em doações» sem nunca ter cumprido uma lei portuguesa de 1977, que determinava o direito à indemnização aos ex-titulares de direitos dos bens nacionalizados.
«A culpa disto tudo é do Governo português, não temos "de pedir seja o que for ao Governo moçambicano», concorda outro herdeiro de bens nacionalizados em Moçambique, Luís Oliveira, lembrando que «se Portugal negociou Cahora Bassa, podia ter negociado também as propriedades dos portugueses».
A questão da indemnização não é contudo, pacífica. É que desde Samora Machel que Moçambique também pede a Portugal uma compensação pelos 500 anos de colonização.
Destak – 26.02.2010
Veja http://www.aemo.org/index.html
NOTA:
MOÇAMBIQUE PARA TODOS solicita que alguém lhe escreva descrevendo esta acção e reacções à mesma. Apenas se relembra que todos os países colonizadores, à excepção de Portugal, indemnizaram os seus cidadãos pela perda de seus bens nas respectivas ex-colónias. Portugal é o único que o não fez. Mais, a Itália, por exemplo, já indemnizou os seus cidadãos pelos bens perdidos nas ex-colónias portuguesas, não esperando que o governo português o fizesse.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE