Pelo menos três pessoas foram mortas na Costa do Marfim, durante mais um dia de protestos nas ruas.
Os manifestantes estão revoltados com a decisão do Presidente Laurent Gbagbo de dissolver o governo e a comissão eleitoral.
Duas pessoas perderam a vida na localidade de Daloa quando soldados dispararam contra os maifestantes.
Outra pessoa foi morta na cidade de Abidjan. Depois de um dia de negociações entre representantes do governo e da oposição, o Primeiro Ministro, Guillaume Soro, disse que vai anunciar um novo governo na terça-feira.
A maior cidade da Costa do Marfim, Abidjan e outras localidades do país têm sido palco de protestos quase diários desde que o Presidente Laurent Gbagbo dissolveu o governo e a comissão eleitoral há mais de dez dias.
Foram ouvidos tiros depois das autoridades tomarem conhecimento de manifestações em pelo menos dois bairros de Abidjan.
Os manifestantes confrontaram-se com as forças de segurança num subúrbio a norte da cidade, Abobo. Sidibe Sekou vive nesta área:
"Eles começaram a lançar gás lacrimogéneo sobre a multidão. Chegaram em camiões e com capacetes e as pessoas começaram a correr de regresso a casa."
Protestos
Em Daloa, os manifestantes queimaram pneus e atiraram pedras contra a polícia. O Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, que está a mediar a crise na Costa do Marfim, está neste momento em Abidjan para conversações.
Depois de um dia de negociações entre representantes do governo e da oposição, o Primeiro Ministro, Guillaume Soro, disse que vai anunciar um novo governo na terça-feira.
A oposição exige que a comissão eleitoral seja reinstalada antes de voltar a participar no governo.
Entretanto o porta-voz do Presidente, Gervais Coulibaly, apelou aos líderes da oposição e aos seus apoiantes que sejam mais responsáveis.
"O povo marfinense está cansado de mais de dez anos de guerra portanto as pessoas não deviam chegar a este ponto. Existem métodos pacíficos e democráticos para transmitir a mensagem. Não se destrói nem se incendeia."
Ggagbo dissolveu tanto o governo como a comissão eleitoral no dia 12 de fevereiro, acusando-a de fraude.
A oposição descreveu esta medida como ilegal e parte de uma estratégia do Presidente para atrasar ainda mais as eleições, que deveriam ter tido lugar em 2005 se não tivessem sido adiadas seis vezes.
BBC – 22.02.2010