Agora nas mãos de brancos
Robert Mugabe, o Chefe de Estado zimbabweano, defendeu a iniciativa do seu governo para transferir o controlo da maior parte das companhias detida por estrangeiros para zimbabweanos negros locais, sublinhando que os investidores podem continuar a pôr dinheiro no país.
O Ministro de Indigenização e Emancipação do Zimbabwe, Saviour Kasukuwere, um aliado da facção de Mugabe, no Governo de Unidade Nacional, ordenou aos responsáveis de firmas estrangeiras a apresentar planos de como poderão transferir 51% de acções para os negros do país dentro de 45 dias a contar a partir de 1 de Março próximo.
Mugabe rejeitou sugestões, segundo as quais a implementação de uma lei de indigenização passada em 2007 poderá assustar os investidores estrangeiros, dizendo que podem manter largas participações nas companhias locais.
O Presidente zimbabweano considera razoável a aquisição de 49% pelas firmas estrangeiras. Mas a posição do seu rival político e Primeiro-Ministro, Morgan Tsvangirai, é contrária e considera nulas e destituídas de sentido porque foram publicadas sem a sua revisão pelo executivo.
Analistas dizem que a disputa mostra o crescimento de tensões no governo de coligação, que fracassou para atracção da almejada ajuda e investimento estrangeiro devido a frequentes guerras sobre as reformas.
Esta semana a União Europeia estendeu sanções sobre o Zimbabué para os próximos 12 meses, alegando uma falta de cumprimento integral do pacto de partilha do poder.
O veterano líder, que completa 86 anos de idade este domingo, criticou violentamente a decisão da União Europeia em estender as sanções e considera as medidas punitivas da UE como acções de retaliação pela confiscação de propriedades (farmas) agrícolas comerciais de brancos para as
redistribuí-las por negros zimbabweanos sem terras. (M.Mausse)
MEDIAFAX – 19.02.2010