Em Moçambique
Dados, que se baseiam nas estatísticas oficiais do Instituto Nacional de Estatísticas, indicam que 1 600 000 (um milhão e seiscentas) pessoas foram diagnosticadas como seropositivas, e, destas, 887 300 são mulheres, o que representa aproximadamente 55%.
Dados apresentados na Conferência Moçambicana de Pediatria, que decorre em Maputo desde a última quarta-feira, indicam que as mulheres são as mais afectadas pelo HIV/Sida no país. Os dados, que se baseiam nas estatísticas oficiais do Instituto Nacional de Estatísticas, indicam que 1 600 000 (um milhão e seiscentas) pessoas foram diagnosticadas como seropositivas, e, destas, 887 300 são mulheres, o que representa aproximadamente 55%.
Do universo de um milhão e seiscentos seropositivos diagnosticados em 2009, perto de 147 mil são crianças entre os 0 e os 14 anos, enquanto 615 300 são homens. A média de infecções diárias, segundo foi dado a conhecer na Conferência, é de 355 para adultos, enquanto 85 crianças contraem diariamente o vírus causador da sida.
Crianças infectadas e afectadas
Para além do número elevado de crianças infectadas pelo HIV, esta camada é também a mais afectada pelas consequências da pandemia. Os dados apresentados pela Ministério da Saúde apontam que, só em 2009, foram infectadas mais de 30 000 crianças com idade inferior a 15 anos. Enquanto isso, 147 477 crianças desta faixa etária são órfãs dos pais – ou de um deles –, que morreram vitimados pelo HIV.
Apesar de o MISAU referir que alargou o tratamento antiretroviral para 13 505 crianças, a instituição reconhece que ainda não satisfaz a procura para os menores padecendo da doença, devido à “falta de pessoal capacitado para administrar o TARV pediátrico”, segundo declarações de Eugénia Macassa, do MISAU, durante a apresentação na Conferência de Pediatria.
Outros factores que concorrem para a fraca expansão do TARV são as “dificuldades de acesso das crianças às unidades sanitárias, fraca capacidade laboratorial para diagnóstico da doença à escala nacional, e má qualidade de tratamento”, disse Eugénia Macassa.
Serviços de Prevenção de Transmissão Vertical
Com a finalidade de expandir os Serviços de Prevenção de Transmissão Vertical, o Ministério da Saúde criou a tutoria clínica, uma forma de capacitação de recursos humanos de modo a “melhorar as capacidades técnicas e clínicas dos técnicos de medicina para prover cuidados de saúde de qualidade aos doentes em geral e para as pessoas vivendo com sida, em particular”, foi anunciado na conferência.
Com este serviço, dez enfermeiros foram capacitados em cada unidade sanitária distrital, no âmbito da tutoria clínica, que tem ainda as tarefas de “identificar e corrigir as lacunas existentes que limitam o desempenho profissional dos técnicos de medicina”.
Primeira-dama na Conferência
Reconhecendo a relevância da tutoria clínica na assistência médica aos seropositivos, a primeira-dama, Maria da Luz Guebuza, que esteve presente na conferência, falou da necessidade de o pelouro da Saúde trabalhar pensando não só na expansão dos serviços, mas, acima de tudo, na sua qualidade, explicando que “a tutoria promove o ensino, que não implica a deslocação de técnicos do seu local de trabalho”. (Inocêncio Albino)
CANALMOZ – 26.02.2010