Por Edwin Hounnou
Os engraxadores assaltaram a Rádio Moçambique, RM e transformaram-na na voz do partido no poder – a Frelimo -, como vem acontecendo com a Televisão de Moçambique, TVM, que serve de órgão de propaganda da do partido governamental. Os que, em geral, desfilam pelos principais programas, por exemplo, Café da Manhã, são conotados como simpatizantes do partido no poder. Os ouvintes que tentam interagir, se exprimirem ideias ou opiniões contrárias ao pensamento oficial, portanto, inconvenientes, o moderador corta-lhes a palavra, de imediato enquanto os que glorificam a Frelimo e o seu líder têm todo o tempo para enjoarem o auditório.
Esta Semana Aconteceu, um programa de referência, em que diferentes opiniões se convergiam, agora é fastidioso. Perdeu interesse para um ouvinte exigente que gostaria, com os analistas, perseguir a solução dos problemas. Hoje, todos os pontos terminam na exaltação da Frelimo, devido ao espírito partidário dos comentaristas. O pluralismo de ideias não pressupõe apenas a existência de partidos, mas, à capacidade de ouvir o outro. O debate de opiniões foi, na prática, retirado dos programas da RM e TVM. As vozes contundentes de Salomão Moyana, Fernando Lima, Machado da Graça, etc., foram afastadas e substituídas por escovadores.
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