Educação introduz estudos obrigatórios nas escolas
Trata-se de um modelo de ensino através de brochuras pedagógicas exclusivamente direccionadas aos professores, pais e encarregados de educação
O défice de leitura e escrita que se verifica nos alunos do actual Sistema Nacional de Educação tem dias contado, pois, segundo o actual ministro vai-se extinguir com a introdução e implementação de um modelo de ensino através de brochuras pedagógicas exclusivamente direccionadas aos professores, pais e encarregados de educação.
Em contacto com o Canalmoz, Zeferino Martins disse que o défice de leitura e escrita constitui assunto que consta da sua agenda.
Entretanto, como constitui hábito nos governantes moçambicanos, não avançou datas mas reconheceu que se trata de um problema “realmente preocupante que se tem verificado nos alunos, principalmente nos do ensino primário e do primeiro ciclo do Sistema Nacional de Educação”.
A fonte disse que para acabar com esse défice a instituição que dirige estava a desenvolver jornadas pedagógicas envolvendo professores do ensino primário e respectivos encarregados da educação. Estes deverão, em primeiro lugar, compreenderem o problema existente na Educação relativo ao assunto em alusão.
“O Ministério da Educação vai intensificar os métodos de ensino baseados em trabalhos pedagógicos para os alunos, pais e seus encarregados. Neste momento está em elaboração brochuras contendo maneiras viáveis de ensino e aprendizagem referente a leitura e escrita”.
Num outro desenvolvimento, Zeferino Martins disse também que os pais e encarregados de educação receberão do Ministério da Educação, brochuras com guias de ensino primário.
“Estas estratégias acontecem numa altura em que o país regista um grande défice de leitura e escrita por parte de alunos do ensino primário. Por este facto o Ministério da Educação tem vindo a desencadear uma série de acções para solucionar o problema”.
Não existem passagens automáticas
Num outro contexto, a fonte que temos vindo a citar disse ao Canalmoz que nas escolas do ensino primário não existem problemas com as passagens automáticas como se propala por aí.
Explicou que “o que existe é um mecanismo de progressão por ciclo de aprendizagem, sendo que os ciclos estão divididos em três fases ciclos. O primeiro ciclo é de
Martins disse ainda que no do ciclo de aprendizagem que compreende 1 ª a 2 ª classe, “os alunos não reprovam porque ainda estão dentro do ciclo inicial de aprendizagem. Este ciclo é para desenhar os objectivos e descobrir as dificuldades e habilidades dos alunos”. Ainda neste ciclo de aprendizagem “os professores devem ver as capacidades científicas e de aprendizagem dos alunos”.
“Não se pode chumbar um aluno na primeira classe por não saber ler e escrever porque muitos começam a ganhar prática só a partir da 2ª classe”.
E disse mais: “é pedagogicamente incorrecto chumbar um aluno ainda no ensino primário por se tratar de um período aprendizagem inicial. Só partir da 2ª classe é que os alunos já estão preparados pedagogicamente”.
E noutras classes? Perguntámos. Zeferino Martins explicou que só na 2ª, 5ª e 7ª classes é que os alunos podem chumbar caso não consigam apresentar bons resultados”.
Falta de vagas
Relativamente à falta de vagas nas escolas públicas, um dos problemas que preocupa a sociedade em geral no tocante à educação em Moçambique, o nosso interlocutor avançou a seguinte justificação: “a falta de vagas resulta de maior crescimento do Sistema Nacional de educação”.
Refira se que só este ano mais de 25 mil alunos não tiveram vagas nas escolas publicas para continuarem com os seus estudos. (António Frades)
CANALMOZ – 05.02.2010