Mais de 500 imigrantes ilegais neutralizados durante o mês de janeiro deste ano estão ainda sob custódia da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, e o seu repatriamento está a demorar devido à recusa das autoridades tanzanianas em recebê-los.
Trata-se de estrangeiros oriundos, maioritariamente da Somália, Bangladesh, Burundi, Congo, Etiópia, Ruanda e Quénia, com idades que variam de
Segundo Malva Brito, porta-voz da PRM no Comando Provincial de Cabo Delgado, aquela província faz fronteira com a República Unida da Tanzania que, por seu turno, faz limite com a conhecida e conturbada região dos grandes lagos, zona de origem dos imigrantes ilegais que estão naquela parcela do território nacional. “Por essa razão, na repatriação dos referidos estrangeiros ilegais, vínhamos usando a Tanzania, mas fomos surpreendidos com uma recusa por parte das autoridades tanzanianas, que alegam não termos provas confirmativas de que, para os ilegais chegarem ao nosso país, usaram a Tanzania. E, estamos preocupados porque o número aumenta a cada dia que passa”, disse Brito.
Para a porta-voz da PRM no Comando Provincial de Cabo Delgado, esta situação requer uma intervenção dos órgãos centrais visto que, a nível local, estão goradas as possibilidades de se chegar a um consenso. “Tentámos fazer ver aos nosso colegas tanzanianos que não temos outra saída, mas eles continuam firmes na sua decisão”, afirmou Brito.
A nossa fonte afirmou que 88 estrangeiros ilegais neutralizados no distrito de Nacala-Porto, em Nampula, e que estavam a ser repatriados para os seus países de origem, estão retidos em Palma, no norte de Cabo Delgado, porque os tanzanianos não deixam que o seu país seja usado como corredor de repatriados. “Estavam a ser repatriados através da fronteira de Namoto, mas os tanzanianos pura e simplesmente recusaram-se a receber este contingente”, disse Malva.
Outra dificuldade apresentada por Malva Brito tem a ver com a falta de alimentação e condições para albergar os imigrantes detidos pela polícia. “Como sabe, o nosso orçamento não contava com esta situação, estamos com falta de alimentos, não obstante o apoio que temos recebido da ACNUR e da Organização Internacional de Migração. Estamos com problemas sérios”, disse.
Num outro desenvolvimento, a nossa fonte fez saber que muitos imigrantes alegam que fogem à guerra nos seus países de origem. “Mas eu penso que não é verdade. eles usam o nosso país como corredor para chegar à África do Sul e, daí, rumarem para Europa. Veja que quando os levamos ao centro regional dos refugiados de Nampula, eles depois fogem. Mais: todos são jovens do sexo masculino com