Disse na ocasião, que a festa de “ukanyi”é um dos exemplos positivos da necessidade de preservação de algumas das tradições das comunidades moçambicanas.
Com efeito, e segundo disse, todas aquelas manifestações de cariz tradicional que transportam consigo aspectos de vida positiva, devem ser preservadas e ensinadas às camadas mais jovens para que estas possam dar continuidade, pois, ignorá-las é matar a cultura.
“(…) Temos que preservar as tradições do país, porque se não fizermos isso, corremos o risco de nos matarmos a nós próprios. A cultura é o que nós somos, por isso, tradições como estas de ‘ukanyi’ devem ser encorajadas”, disse Verónica Macamo.
As festas populares de “ukanyi”, sobretudo a nível do distrito de Boane, província de Maputo, tendem a ganhar espaço nos últimos anos, incentivadas por Boaventura Mboane.
É a quinta vez que aquele cidadão, junta na sua farma “Mboane Farm” populares idos de diversos cantos da província de Maputo, incluindo da cidade de Maputo, para o consumo de “ukanyi”, uma bebida sagrada bastante consumida na região sul do país, entre os primeiros três meses do ano.
Nos tempos idos a frutificação, fabrico e posterior consumo de “ukanyi” marcava a transição do ano no seio das comunidades. O seu consumo também é associado ao fortalecimento das relações sociais e, por outro, como a criação de novos laços de solidariedade.
O ritual de “ukanyi” cria e fortifica as redes de solidariedade entre habitantes de diferentes zonas. A época de “ukanyi” é vista com a fase de maior aproximação das populações locais aos espíritos dos seus antepassados. Com feito, são realizados rituais que, na visão comunitária, condicionam o sucesso de toda a finalidade, política, económica ou cultural.
Para a festa de sábado último, foram mobilizados representantes dos 8 distritos da província de Maputo, sendo que cada distrito, além de géneros alimentícios, contribuiu com cerca de 250 litros de “ukanyi”.
Além das comunidades locais, a festa foi marcada por uma forte presença de membros do Conselho de Ministros, incluindo vice-ministros do actual Governo.