A União Africana anunciou a suspensão do Niger da organização continental, na sequência do golpe de estado militar de quinta-feira, que depôs o Presidente Mamadou Tandja
A União Africana, a União Europeia e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) já se tinham manifestado contra o golpe militar no Níger.
"Condenamos qualquer tomada do poder por meios não-constitucionais", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da França, Bernardo Valero, à Agência France Press. O Níger é uma ex-colónia francesa, tendo anunciado a sua independência em 1960.
O presidente da União Africana (UA), Jean Ping, também afirmou que está a assistir "com preocupação" aos desenvolvimentos do ataque às forças governamentais no Níger.
Tolerância zero
Já a CEDEAO, que suspendeu a participação do Níger o ano passado devido aos abusos de poder do presidente Tandja, afirmou "tolerância zero" para com o golpe levado a cabo pelos soldados nigerinos.
"Condenamos este golpe de Estado tanto quanto condenamos o golpe de Estado Constitucional de Tandja", referiu à BBC o director de assuntos políticos da CEDEAO, Abdel-Fatau Musah.
Falando à televisão nacional, o Coronel Abdul Karimou apresentou-se como porta-voz do grupo responsável pelo golpe militar. "Decidimos suspender a Constituição e dissolver todas as instituições do Estado", disse.
A junta militar, que se auto-denomina como Conselho Supremo para a Restauração da Democracia, tem como líder o Coronel Salou Djibo.
Desde Agosto que as tensões políticas no Níger vinham a aumentar, quando o presidente Tandja suspendeu o Tribunal Constitucional, com vista a manter-se no poder por tempo indeterminado.
BBC – 19.02.2010