De acordo com informação prestada ontem pelo Ministro da Energia, Salvador Namburete, a gasolina que até ontem custava 23,10 meticais o litro passa a 26,57. O gasóleo, com uma variação de dez porcento passa a ser comprado a 24.70 meticais contra os actuais 22.45. Tal e qual a gasolina, o petróleo de iluminação varia em 15 porcento, passando a ser adquirido a 17,92 meticais, contra os actuais 15,58. O gás de cozinha custará 42.77 meticais o quilograma, mais 1,84 meticais em relação ao actualmente em vigor.
Segundo Salvador Namburete, o subsídio às gasolineiras durante um período de cerca de um ano (desde Junho) permitiu manter os preços de combustíveis estáveis. Tal esforço traduz-se num montante de 114 milhões de dólares que, segundo adiantou, poderiam ter financiado infra-estruturas económicas e sociais.
Acrescentou que cidadãos de outros países abasteciam-se em gasolineiras nacionais, significando que o esforço financeiro para subsídiar os combustíveis acaba beneficiando outros ou propiciando a criação de mercados paralelos.
O Governo vai manter o subsídio ao gasóleo acordado em 2008 com os operadores dos transportes colectivos de passageiros nas zonas urbanas, que consiste numa compensação sempre que o litro de gasóleo ultrapassar os 31 meticais.
“No diálogo que temos mantido com eles disseram-nos que vão manter-se fiéis a este princípio. Estamos perante um aumento que coloca o preço de gasóleo a nível de 24,70 meticais, não havendo lugar para a entrada automática do funcionamento deste subsídio. Também não há condições nem justificação para que os transportadores aumentem o preço. Um estudo feito em 2008 indicava que até 31 meticais por litro, os operadores dos semicolectivos continuam a fazer lucros e acima dos 31 começam a ter prejuízo”, indicou.
A outra medida diz respeito ao desconto na taxa sobre o gasóleo que agora está ao nível de 4.27 meticais. Neste sentido, a agricultura mecanizada, indústria mineira localizada em áreas onde se usa geradores de energia, a geração de energia nos distritos, as pescas, que usam barcos a motor, passam a pagar 20.42 meticais pelo litro de gasóleo.
A acção do Governo no alívio é concentrada para os sectores produtivos que usam o gasóleo e petróleo de iluminação.
O Governo defende a necessidade de racionamento do consumo de combustíveis usando meios alternativos, partilha de transporte, uso de transportes públicos, limitação de práticas desportivas que requerem elevados consumos e conversão de viaturas para uso de gás, cujo preço está 35 porcento mais baixo.
“Não estamos a dizer que estamos a retirar este subsídio, porque não queremos apoiar o cidadão. Estamos a dizer que o Estado fez até onde foi possível e não temos mais capacidade. Simplesmente não é sustentável. Acredito que vão compreender que o esforço do Governo foi gigantesco e é preciso repor um pouco de justiça. De qualquer forma vamos estar atentos para evitar que cidadãos indefesos sejam prejudicados por acções de pessoas que não querem compreender”, disse.
Ainda ontem, o Governo decidiu desactivar o alerta vermelho devido a sensíveis melhorias verificadas nas bacias hidrográficas da zona centro, em particular o Zambeze e, sobretudo, porque já não está a chover a níveis preocupantes. Passa a vigorar o alerta laranja para dar lugar às operações de auxílio às populações afectadas.